Sei que é importante compreender a realidade onde estou inserida. Saber o que acontece no meu tempo e seus efeitos no micro e macro social.
O conhecimento da realidade pode se dar pelas funções cognitiva/racional, como pode ser fotografada pelo olhar da filosofia, do mito, da religião, da arte e etc.
Nem sempre o conhecimento científico consegue garantir seus objetivos mais eloquentes: previsibilidade e capacidade de generalização. Lógica e causalidade em tempos de crise escorrem pelos vãos dos dedos.
Vou optar por ler a realidade com meu coração.
Essa sombra que o medo gerado por esse vírus insolente, de controle duvidoso que abarca a psique humana em suas múltiplas relações com a vida, nos empurra para a constatação (por vezes, quase devoradora) de que inquestionavelmente cada um de nós faz parte de um TODO MAIOR. E aí não temos como dizer: e eu com isso?
Num surto tão assustador como este que o mundo está vivendo, o que me cabe fazer além de me trancar tremendo em algum cômodo da casa, ou irresponsavelmente, não respeitar nenhuma regra de proteção e desenvolver uma persona ufanista?
Escolhas de agora
É preciso despertar para as escolhas QUE DEVO FAZER AGORA!
As cidades estão vazias mas… minha alma deve ficar cheia, deve ficar repleta de solidariedade e essa solidariedade tem mais chance de saltar do meu peito, se tomada por aquele mandamento de Deus que sugere que devo AMAR AO PRÓXIMO COMO A MIM MESMA… mandamento este que é perfeito em seu principio de equilíbrio.
Efeito paralelo
Cada um sabe como ajudar e esse vírus pode patrocinar um grande feito paralelo (eu não diria secundário) que é desencapsular a humanidade resguardada em cada um de nós.
Tragédias as assistimos constantemente no conforto da nossa sala de estar, como o tsunami no Indico em 2004, em Sumatra em 2009, terremotos no Haiti e no Chile em 2010, deslizamentos e mortes na região serrano do Rio de Janeiro em 2011, terremotos na Nova Zelândia, no Japão em 2011, em Brumadinho – Minas Gerais, rompimento da barragem em 2019…. e nem imaginamos que existe a possibilidade de que possamos participar da próxima ocorrência, não como expectadores mas como personagens…
Como precisamos uns dos outros, precisamos do olhar que se compromete numa ação na temperatura certa, precisamos de compaixão… muita compaixão.
Afinal, como disse um pensador tocado pela misericórdia: “quando morre um homem, morremos todos, pois somos parte da humanidade… Eu pertenço à humanidade. Portanto, nunca procures saber por quem os sinos dobram… Eles dobram por ti “…também!
Que a compaixão nos envolva feito uma bruma suave …sempre!