Por Tatiana Ades
O suicídio ainda é um grande tabu. Precisamos falar sempre sobre o assunto, como forma de prevenção. A maioria das pessoas que comete o suicídio está entre jovens de 16 e 24 anos, uma idade difícil de imaginar tal ato, na qual se começa a planejar a vida, ter expectativas e sonhos. O que faz então um jovem ter a capacidade de tirar a própria vida?
Acredito piamente que existem inúmeros fatores que causam esse ato, não é coragem e não é covardia. Todo suicida não está em sua normalidade mental e emocional – por mais lúcido que seja. É instintivo à nossa resposta em permanecer vivo. Se alguém jogar um pedaço de papel amassado em você, qual será a sua reação? Instintivamente você irá se esquivar, certo?
Esse é nosso instinto normal, a preservação, a pulsão de vida, mesmo que nossos pensamentos estejam confusos e estejamos tristes e desesperados. O pensamento suicida pode vir como forma de alívio imediato, mas não existe a real coragem para tal ato. Nesses momentos, estamos tentando aliviar o nosso cérebro com a seguinte afirmação: “quero parar de sofrer” e não “quero morrer”.
Veja os sinais de quem pede socorro:
1 – A pessoa sempre irá verbalizar para alguém essa vontade – a frase popular “cachorro que ladre não morde” está errada nesse caso.
2 – A pessoa fica mais isolada e perde vontades diante de situações da vida que antes eram prazerosas.
3 – Pode haver um quadro depressivo agudo, mas pode haver uma depressão disfarçada, onde a pessoa continua a fazer as coisas, mas de forma mais apática e desmotivada.
4 – Um pedido de ajuda ou uma conversa sobre “querer morrer” já deve ser levado em conta.
Caso perceba sinais, leve a pessoa imediatamente ao terapeuta e ao psiquiatra. É preciso uma química no cérebro e a verbalização dos sentimentos.
Não espere, é melhor prevenir, mesmo que sejam apenas pensamentos, nunca sabemos e esperamos pelo pior.