por Karina Simões
Hoje, a grande vilã das relações interpessoais e afetivas é a comunicação.
A difícil arte de ouvir o outro é o grande desafio nessa interação. Enfatizo, nossa principal dificuldade hoje, não é a de falar, é a de ouvir!
Ouvir pode ser um dom inato, mas também pode ser desenvolvido e aprendido com o passar do tempo, mesclando empenho e paciência.
Quem se propõe a aprender a ouvir, percebe que a vida, de repente, se abre como um leque de possibilidades, pois assim nos tornamos mais habilidosos para fazermos escolhas e decidir coisas que talvez, em outros momentos, não tivessem nem passado pela nossa cabeça. E assim desenvolvemos serenidade, paciência e assertividade.
Primeiro passo: aprenda a ouvir o som da própria voz
Silenciar é voltar-se para dentro, é aprender a ouvir o som da própria voz, como se fosse uma música que ressoasse no coração. É no silêncio que se aprende a habilidade de ouvir. Ouvir, liberta-nos!
A sociedade moderna nos impulsiona a agir, a fazer, a lutar a correr contra o relógio em nosso dia a dia. A ansiedade é estimulada por esse ritmo moderno. Isso nos aprisiona e nos impede de desenvolvermos o aprendizado da escuta. O silêncio sumiu de nossas vidas, e é no silêncio que habita a escuta. O ato de ouvir nos clama por silenciar, por agir com cautela e serenidade, pois nos tornamos menos reativos no silêncio. Assim, resultados gratificantes são gerados.
Quem escuta mal, tende a se tornar mais restrito, limitado e impaciente. O exercício de ouvir tem uma estreita relação com a alma e a sua essência; sendo um dos maiores dons e presentes que se pode receber do outro: ser ouvido!
Cinco dicas para aprender a ouvir com atenção:
1. Ouvir sem julgamentos;
2. Silenciar diariamente por alguns instantes;
3. Tentar ouvir sons da natureza;
4. Pratique respiração diafragmática para controlar a ansiedade;
5. Procure ajuda de um psicólogo para compreender-se, e só assim compreender o outro.
O mestre psicanalista e pedagogo Rubem Alves nos ensina: “É do silêncio que nasce o ouvir. Só posso ouvir as palavras se meus ruídos interiores forem silenciados”.