por Tatiana Ades
Você perdoaria uma traição? Talvez você responda “depende”, talvez sinta que valha a pena dar uma segunda chance ou talvez seja do tipo que não perdoa nem com mil flores e dezenas de bilhetes com pedidos de desculpas.
Por que as pessoas aceitam continuar com alguém que as traiu?
Para responder uma das principais razões que levam a esse tipo de "perdão", cito o exemplo de Isabela (nome fictício) que após descobrir que o marido mantinha relações extraconjugais há mais de três anos com uma “colega” de trabalho, decidiu perdoar após ouvir pedidos e mais pedidos de desculpas. Perguntei se ela estaria pronta para lidar com os “fantasmas da dor” e ela disse que sim.
Porém, Isabela se sentia um lixo, sua autoestima cada vez mais baixa e em sua mente tudo o que ela não queria, era perder o marido, por isso aceitou a traição e permaneceu calada, sentindo-se cada vez mais impotente, desconfiada e amarga. Para ela, perdoar não significou esquecer e sim "deixar pra lá”. Acredito que a maioria das pessoas acaba só "perdoando", mas desse modo o estrago emocional pode ser inexorável.
Viver sob o fantasma da traição gera uma paranoia: cada minuto da vida pode se tornar um verdadeiro inferno. Assim o perdão torna-se um arremedo para evitar a perda do parceiro e não é real.
O sofrimento advindo da traição é um dos sentimentos mais difíceis e amargos de se lidar, pois vem permeado de sentimentos como humilhação, rejeição, raiva…
O que leva uma pessoa a trair?
As razões para trair podem ser bem diversas. Mas considero as principais as seguintes:
– falta de caráter;
– baixa autoestima;
– vingança por achar que o outro está traindo.
Quem traiu tem a tendência de fazer isso novamente?
A tendência é a repetição do ato, caso não tratado ou em raras situações isso não se repete. O casal precisa trabalhar essa questão em conversas francas ou numa terapia.
Minha dica é: não perdoe se você não tem resistência emocional para isso. Mais vale um pouco de sofrimento momentâneo do que uma vida cheia de medo e insegurança. O perdão deve vir de dentro, deve ser real, sentido pelo corpo e pela mente, o perdão é quase “um estado de espírito”.
E não justifique os erros do outro colocando a culpa em si mesma. Essa é uma tendência de pessoas traídas com baixa autoestima.
Antes só do que mal acompanhado é um ótimo ditado popular e a fidelidade deve ser vista hoje em dia com maior seriedade. Na minha opinião, quem ama de forma verdadeira não trai.