por Lilian Graziano
O que você está esperando para empreender mudanças em sua vida? Uma segunda-feira? Um empurrãozinho de alguém? Mais dinheiro?
Pois saiba que, na maioria das vezes, o “clique” para a mudança encontra-se muito mais em uma atitude que de nada depende, só de você.
Quando projetamos em algo externo o fator de mudança (assim como o impeditivo para ela) estamos atuando sob um locus de controle externo que, portanto, detém as rédeas de nossa vida e possivelmente de nossa felicidade. Já ao projetar a mudança a partir de uma “reforma” de sentimentos, atitudes, pensamentos e crenças limitantes, derrotamos um inimigo importante: nós mesmos. Nós que muitas vezes ficamos esperando a segunda-feira, a loteria, o outro… Na maioria dos casos, assim, derrotamos aquilo que nos empurra sistematicamente para o locus externo: nossas inseguranças e ações sabotadoras de nosso sucesso.
Numa situação de “reforma íntima”, uma atuação, portanto, a partir de um locus interno de controle, focamos as mudanças sob o único aspecto que, com um pouco de autoconhecimento e muito treino, conseguimos dominar em nossa vida: nossas emoções e comportamentos. Ótimo, pois depositar no que não está em nosso controle a responsabilidade por uma mudança, que não só queremos, como precisamos, empreender, é frustração, na certa.
Não que o concreto e, portanto, externo a nós não tenha um papel importante em nossa trajetória de mudança. Mas é que este nunca pode ser o gatilho de todo o processo. Tente começar sempre analisando que comportamentos ou ideias precisam ser modificados para que se mude a situação desejada. Deixe o concreto para a recompensa! Ou mesmo entenda que é preciso ignorá-lo como fator de predisposição ou impeditivo de mudança.
É como se, grosso modo, para explorarmos novos territórios, nos mobilizarmos para novos relacionamentos, precisássemos esperar até que conseguíssemos melhores roupas, a aparência ideal e um carro (e que chegue o dia certo para tanto!). Ocorre que, com o passar do tempo, sem que a data para tal feito seja marcada, e sem esses objetos e status, podemos nos frustrar por não vivenciar tudo de positivo que essas oportunidades representam. O carro, a roupa, a aparência ideal acabam por “definir a rota” e ficamos à mercê de sua bússola, que, sozinha, não leva a lugar nenhum.
Que tal seria se fosse o contrário? Se, mobilizados em busca de novos relacionamentos, motivados por novas descobertas, fôssemos merecedores dos objetos e status citados? Ou, mesmo, se os entendêssemos como ferramentas para nos aperfeiçoarmos e oferecermos o melhor de nós em uma busca já em andamento, para nos embrenharmos em cada vez mais novos caminhos de descobertas?
Ser é bem melhor que ter, caro leitor.
E empreender mudanças tendo como ponto de partida uma reflexão consistente sobre os comportamentos necessários para mudar certamente nos faz SER uma pessoa melhor. A mudança, então, torna-se consequência disso – está em nossas mãos e será sempre positiva.