Da Redação
Tem se tornado uma situação cada vez mais comum: pais e filhos que dividem o mesmo espaço físico, se tornarem indivíduos muito distantes, vivendo em universos bem diferentes, cada qual com suas percepções, valores, emoções, necessidades, objetivos, sonhos e medos.
Membros de uma geração "hiperconectada", estão ligados por redes sociais e ferramentas digitais de contato instantâneo, por meio dos quais mantêm diálogos constantes de natureza corriqueira e superficial, sofrendo as mazelas da distância afetivo-emocional, que paradoxalmente cresce nessa sociedade altamente tecnológica e virtualmente conectada.
"Vivemos um momento em que precisamos nos questionar mais, nos impor reflexões e buscar caminhos para termos uma existência que seja compatível com a nossa incrível e complexa natureza humana", diz a psicóloga e master coach Liamar Fernandes, "Quando analiso o relacionamento de pais e filhos (atualmente) e correlaciono isso com diversos fatos e casos que atendo, chego a uma conclusão de que precisamos trabalhar bastante para divulgar conhecimento sério e validado de como é possível estabelecer essa proximidade de forma efetiva. Hoje, para mim, a psicologia positiva, suas bases e novas descobertas, graças às pesquisas que estão em andamento em todo o mundo, são os meios mais eficazes para isso", afirma.
Conceitos básicos da psicologia positiva otimizam o relacionamento de pais e filhos
Criada nos anos 1990 por uma corrente de psicólogos, como Martin Seligman, considerado pai dessa ciência, Ed Diener e Mihaly Csikszentmihalyi (criador da teoria do flow feeling ou simplesmente flow – veja aqui), a psicologia positiva tem por objetivo fazer com que o indivíduo construa competências para lidar com o meio e intervir nele de forma proveitosa. "É daí que provém a relevância das qualidades, virtudes e forças pessoais (veja aqui) – fatores que fazem a vida valer a pena e que contribuem para um ambiente mais saudável", conta Flora Victoria, mestre em Psicologia Positiva Aplicada, pela Universidade da Pensilvânia.
O cultivo das virtudes capitais (ou forças pessoais) de sabedoria, coragem, humanidade, justiça, temperança e transcendência são pilares fundamentais para o desenvolvimento do bem-estar subjetivo e da resiliência – a habilidade de manter-se íntegro frente às adversidades, suportando-as por meio da firmeza de caráter.
"Nesse processo, estão envolvidas as emoções positivas, cujo desenvolvimento amplia nossa percepção, capacidade de raciocínio e recursos internos para lidar com situações de estresse", explica Flora. Por meio do conhecimento das potencialidades latentes de cada um, é possível ativar as emoções positivas e desenvolver as forças de caráter – que aumentam os níveis de bem-estar e proporcionam uma realização genuína.
Psicologia positiva: oito dicas para você se aproximar do seu filho – clique aqui