por Thaís Petroff
Na essência somos todos amor.
Como então passamos a ter problemas em demonstrá-lo e também entrar em contato com essa nossa parte?
Que experiências podem ter influenciado essas questões?
Como se dá nosso funcionamento interno para explicar nossa maneira de perceber, processar e demonstrar as emoções?
Há algo a ser feito que possa modificar nossas atitudes: maneira de perceber, sentir e se comportar?
Buscarei de modo breve e objetivo esclarecer esses pontos.
Um bebê é só amorosidade, no entanto, dependendo das experiências que tem, de como está essa mãe com ele (principalmente até os dois anos, pois é com quem ele tem mais ligação; (posteriormente a relação com o pai e outros seres que o circundam), ele poderá experienciar dor (toda criança irá vivenciar alguma dor), mas, se essa dor se tornar constante, ele poderá começar a se afastar em demasia de sua essência (que o torna vulnerável à dor) e, por instinto de sobrevivência psíquica, se refugiar usando como defesa a raiva.
Raiva: introspecção e proteção
Pessoas raivosas são aquelas que precisaram por algum motivo se fechar para se proteger e, lutando para isso, adquiriram como modus operandi se defender sendo agressivas. Há ainda aquelas que também sofreram dores mas, acabaram se rendendo, por vezes anestesiando suas dores e consequentemente, sua amorosidade, para se proteger de maus tratos; outros se resignam aceitando as dores que lhe são causadas mantendo sua amorosidade e se tornando pessoas muito sensíveis às dores emocionais.
Um bebê é “poroso”; chega-se fácil ao seu amor, do mesmo modo que é fácil lhe causar dor emocional. Portanto, necessariamente, quanto mais entramos em contato com nossa essência amorosa, mais estamos vulneráveis a sentir as dores emocionais e vice-versa.
Carência e compulsão
Quando somos crianças precisamos imensamente do amor e aprovação principalmente de nossa mãe. Como ficam “buracos emocionais”, continuamos buscando esse amor de mãe até o fim da vida, demonstrando carência ou adentrando em comportamentos compulsivos com por exemplo: comida, jogo, sexo, cigarro, álcool etc. No entanto, esses “buracos” não poderão nunca mais serem tampados, pois foram formados junto com nossa estrutura de personalidade (são parte intrínseca de quem somos). Somente através da conscientização e reconhecimento de nosso estado e nossas questões, é que se faz possível sair de um modus operandi automatizado e, inúmeras vezes disfuncional, para um em que tenhamos comportamentos mais saudáveis e com resultados mais benéficos para nós.
O caminho é aceitar que não precisamos mais daquela mesma forma de amor e aprovação do passado, pois agora não somos mais aquela criança que precisa da validação dos pais. E assim podemos lidar com as situações de modo menos reativo (fazer algo automaticamente pela maneira como nós sentimos) e mais focado no que é bom para nós (não em agradar os outros ou ficar evitando comportarmos que possam desagradá-los).