por Regina Wielenska
Alguns estados de ansiedade muitas vezes se caracterizam por tensão muscular, inquietude, pensamentos de muito medo e sensação de perda de controle sobre o funcionamento do corpo e das funções mentais, sensação de falta de ar, tontura, formigamento da extremidade dos membros, entre outros sintomas.
Uma parte disso tudo pode, por incrível que pareça, ser decorrência de um jeito errado de respirar. Vou explicar em termos gerais como nosso corpo pode nos confundir. É mesmo questão de falta de informação.
Pessoas aflitas ficam mais tensas, isso por si só dificulta a respiração. A caixa torácica de certo modo se enrijece, o processo de inspiração e expiração perde eficiência.
Além disso, o que nossa cultura costuma ensinar a quem não está bem e começa a sentir alguns dos sintomas que mencionei acima? "Respire mais fundo!!!". Péssimo conselho, a pessoa não está com falta de ar e o uso de um oxímetro mostraria taxas normais. Ao respirar mais fundo, mais rápido, ou mais frequentemente, o que acaba ocorrendo é um excesso de oxigênio esperando pra se converter em gás carbônico. E isso nos deixa tontos, formigando, com a sensação de que nosso corpo ou a realidade que nos cerca está estranha. Daí a pessoa supõe estar ficando doida, quando não está.
Então se respira como?
Imagine que vamos soltar o ar dentro do peito len-ta-men-te. Faça um longo som de s, como se fosse uma serpente sibilando por aí. Deixe sua língua funcionar como uma válvula que solta o ar bem macio… Ao fazer isso, vá relaxando os ombros, solte-os para baixo. Separe a mandíbula inferior da superior, dentes cerrados trazem tensão… O osso no centro do peito chama-se esterno e nas pessoas tensas a postura nos faz lembrar um pombo macho se exibindo à fêmea. Agora faremos o oposto, o esterno afunda, o peito adquire uma postura arredondada, confortável, o esterno "afunda" um pouco na medida em que relaxamos.
Tudo delicado, sem pressão, e as inspirações podem ser mais naturais. Não precisa inspirar como se fosse o lobo mau preste a arrebentar a casa dos porquinhos! A inspiração é apenas o suficiente, singela e leve.
E aí? Será que me fiz entender? Leveza e soltura são as palavras-chave desse treino tão libertador. Vou soprar por aí na vida… Fui!