por Karina Simões
Conviver secularmente vem sendo uma arte para os seres humanos. Sejam relações afetivas ou até mesmo de trabalho e interpessoais.
A arte de conviver a dois requer habilidade e esforço diário de ambas as partes.
Cada vez mais, casais procuram ajuda para ter uma melhor convivência a dois, ou até mesmo, procuram porque a relação e o "elástico afetivo" já estão desgastados e prestes a se romper.
Essa é uma analogia que faço sempre na prática clínica: a relação é como um elástico e quanto mais o esticamos sem cuidar, ele pode esgarçar-se e romper sem chances de conserto.
As mulheres sempre foram campeãs nessa busca por ajuda e auxílio na manutenção da relação afetiva. Isso ocorre, talvez, devido à facilidade de expressão afetiva feminina e emotividade inerente ao ser mulher : facilitar essa busca cultural do feminino à procura da estabilidade afetiva.
Dicas para superar a dificuldade de comunicação com o parceiro (a):
No consultório, faço alguns exercícios com casais para trabalhar as dificuldades de comunicação e convivência entre eles. Um dos exercícios, compartilho com vocês:
1ª) Faça uma lista de tudo que incomoda a cada um na relação.
2ª) Em seguida, escolha 5 (cinco) prioridades para serem discutidas e encontrar a melhor forma de modificação e/ou aceitação entre vocês.
3ª) Categorize as situações denominando quais emoções primárias estão vinculadas, por exemplo: medo, tristeza ou raiva.
Dessa forma, facilita-se muito a dinâmica de se conviver a dois, estimulando uma escuta de como você está sendo visto pelo(a) parceiro (a), que faz toda uma diferença no manejo do diálogo do casal. Pois, muitas vezes, percebe-se que o casal se mostra de forma distorcida um para o outro, inconscientemente.
Claro que a presença e a ajuda de um(a) psicólogo(a), durante o manejo desse exercício, facilitam o entrosamento do casal fazendo com que se habilite aos poucos a dinâmica do diálogo entre eles.
Praticar o diálogo sistematizado, no princípio, com exercícios como este, fará com que, aos poucos, gere-se um hábito entre o casal e a conversa surja de forma espontânea posteriormente, como deveria ser.
Não existem relacionamentos prontos e "enlatados"… ou "ao ponto", como churrascos, prontos a serem devorados. As relações saudáveis são construídas a dois!