Por Thaís Peroff
Receita de como se frustrar:
– Faça as coisas não porque você realmente deseja, mas, para agradar os outros;
– Já que você fez pelo outro espere que ele faça o mesmo por você;
– Deixe de fazer coisas que deseja para não criar precedentes para que o outro queira fazer também;
– Espere que, já que você deixou de fazer o que quer, que o outro também abra mão de fazer as coisas que deseja.
Pronto! Junte todos esses ingredientes e certamente você vivenciará bastante frustração.
Brincadeiras à parte, se você está lendo esse texto é por que é possível que já tenha experienciado alguma ou algumas dessas situações e sofrido um bocado com elas.
E, talvez você não queira mais repetir esse mesmo caminho. Se isso faz algum sentido para você, vamos bater um papo sobre essa questão da frustração.
Nos frustramos quando esperamos algo que não acontece. Essa expectativa pode ser com relação a um evento ou com relação a uma ou algumas pessoas. Ou seja, é algo que está fora de você. Você aposta suas fichas em algo que não é você e fica chateado(a), porque a roleta não gira como você gostaria.
Existem alguns erros cruciais que nos levam diretamente à frustração. E aprender com eles, fazendo o caminho oposto pode te poupar muito dela.
Vamos aos três erros mais comuns.
1 – Fazer esperando retorno
Você faz algo já pensando que por conta do seu esforço, dedicação e doação o outro precisa lhe ser grato e da mesma maneira que você saiu correndo para fazer pelo outro ou abriu mão de algo, esse outro precisa fazer o mesmo por você. Bum! Frustração!
Não faça algo se não deseja; da mesma maneira que: faça se assim o deseja. Desse modo você não deposita (ou deposita) menos expectativa no outro, uma vez que não está “colocando nada na conta dele” para que ele fique em dívida com você.
2 – Querer ter controle sobre as coisas
Você busca através do que escolhe fazer ou não fazer controlar o comportamento dos outros e se frustra quando não consegue.
Você deixa de ir naquela festa que quer para que seu namorado não vá naquela outra que ele quer ir. A questão é que esse acordo só existe na sua cabeça. Então quando você abre mão de algo esperando que o outro faça o mesmo e ele não faz, você se sente injustiçada(o). Sinto te dizer mas… o erro é seu por abrir mão de algo que deseja fazer com a intenção de controlar a outra pessoa através desse comportamento. Compreenda que isso não funciona assim. Sei que pode ser muito difícil, mas o outro tem a liberdade para escolher o que deseja fazer. Isso tornar-se-á mais fácil ao ponto que você se permitir ter liberdade para fazer as coisas que deseja fazer.
3 – Viver em função do outro
Eu programo minha vida em função de você. Eu espero saber o que você vai fazer para definir o que eu vou fazer ou como vou fazer.
Esses pensamentos vão muito além do companheirismo e da parceria. Eles criam dependência e, com ela, mais possibilidade de frustração já que a outra pessoa pode ter planos que não te incluam, mudar de ideia no meio do caminho ou simplesmente esquecer de compartilhá-los com você.
Não necessariamente isso quer dizer desdém ou que a pessoa não se importa com você. Isso quer dizer é que o mundo dela não gira em torno de você, mas, dela mesmo. Então experimente fazer o mesmo levando em conta primeiro a si mesmo(a) e depois o desejo do outro.
Pratique ser claro(a) no que você deseja do outro. Explicite assertivamente o que você espera e saiba que a outra pessoa poderá não acordar com isso. Mas você já terá essa informação com você, ao invés de criar situações na sua cabeça ou se planejar com base em algo que não acontecerá.