Vale a reflexão sobre quais são os ganhos e perdas que os relacionamentos abertos trazem. O que é necessário para uma relação aberta ser bem-sucedida? E o que se pode esperar dos relacionamentos no futuro?
Casamentos de todos os tipos sempre existiram no decorrer da História. A questão maior é incluir casamentos não convencionais dentro do sistema legal de forma que os envolvidos estejam protegidos pela lei, adquiram direitos e cumpram deveres.
Mas… como nem só de lei sobrevivem os relacionamentos, vale a reflexão sobre quais os ganhos e perdas que os relacionamentos abertos trazem. E o que se pode esperar deles no futuro?
Por que abrir o casamento ou relacionamento?
Abrir o casamento para mais de duas pessoas pode trazer uma variedade de experiências sensoriais e emocionais para os envolvidos. Afinal, nos dias de hoje, a exclusividade é rara não só em relacionamento amoroso mas em amizades, consumo, contratos etc. Todo mundo quer se sentir livre para experimentar o novo e as variações oferecidas num mundo que se comunica e se divulga o tempo todo.
As relações não monogâmicas oferecem a possibilidade de se ter ao mesmo tempo a estabilidade que permite aprofundar os vínculos, e as novidades que temperam esse vínculo. A princípio parece ser o ideal, mas nem sempre os envolvidos estão preparados para equilibrar dois pratos ao mesmo tempo.
Mesmo porque a monogamia é considerada correta e tudo o que é correto parece menos arriscado. Mas risco é algo inerente a qualquer contrato. E não seria diferente com o contrato de casamento. Fechado ou aberto. Parece que a tendência, para o futuro, é aceitar novos modelos de relacionamento, conversar sobre eles e até formalizá-los para que não sejam vistos como subversivos. E respeitar desejos de pessoas que se propõem a correr mais riscos para ter mais prazer.
O que é necessário para uma relação aberta ser bem-sucedida?
Mas para que essas novas modalidades sejam bem-sucedidas, é necessário muita responsabilidade, empatia, sensibilidade e cuidado dos envolvidos. A busca do prazer sem responsabilidade tende a fracassar. E, na maioria das vezes, os envolvidos só resolvem conversar sobre a relação quando os primeiros problemas acontecem. Conversa essa que deveria acontecer no início do relacionamento. Como diz o ditado, o combinado não sai caro.
É importante também pensarmos sobre o significado do casamento no futuro. Ele não é mais mandatório para a reprodução, já que fertilizações in vitro e barrigas de aluguel são termos já comuns no planejamento das futuras gerações. Pessoas podem ter filhos sozinhas se conseguirem sustentá-los. Assim, parece que ficar só, sem um, dois ou três parceiros é uma possibilidade bastante viável no futuro e pode concorrer com os casamentos não convencionais. Qual seria o sentido do casamento no futuro? O amor? O acolhimento familiar?
O que esperar dos relacionamentos no futuro?
A comunicação virtual permite trocas de ideias, de sentimentos e de sexo; pode suprir a necessidade de “pertencer” através dos grupos ou chats; fornece qualquer informação que se queira ter. Então, compromete-se a viver com alguém traria alguma vantagem? Não dá para saber. O mais provável é que todos os tipos de casamento continuarão existindo e novas modalidades de contratos amorosos não deixarão de aparecer.
Ficar só será uma opção cada vez mais frequente?
Para uma parte das pessoas sim. Para outras não. O ideal seria que a liberdade de escolha fosse cada vez mais respeitada sem tantas imposições sobre como cada um deve viver. Afinal, desde que a responsabilidade e o respeito entre as pessoas exista, “qualquer maneira de amor vale a pena”, já cantou nosso amigo Milton Nascimento