por Emilce Shrividya Starling
Várias pessoas estão sofrendo por causa de sintomas de pânico, de fobias que limitam, paralisam, impedem de desenvolver suas habilidades. Sofrem muito por causa disso e perdem a alegria de viver.
Para superar os conflitos internos, o pânico, as emoções perturbadoras, é importante compreender o mecanismo do cérebro.
Na medida em que os padrões mentais de medo vão se alojando no cérebro, vão sendo criados fantasias negativas, que o cérebro interpreta como perigosas e verdadeiras. Esses medos se tornam tão fortes como ‘leões imaginários’.
O cérebro, com esses arquivos de pensamentos e emoções negativas, cria mecanismos de luta e fuga. Ele acha que a pessoa vai enfrentar esses ‘leões imaginários’, que para ele são como verdadeiros. E, ao criar esses sintomas, ele a prepara para lutar ou fugir, dando mais adrenalina para o corpo.
Se a pessoa colocar a ideia exagerada de perigo, de medos imaginários, uma parte do cérebro límbico exacerba os sintomas de luta e fuga, porque acha que ela corre perigo verdadeiro, e assim, faz surgir taquicardia, tremores, suores frios, tontura.
Mas, se pensar de outra maneira, ela ‘quebra’ os padrões mentais, ‘quebra’ os sintomas do cérebro antigo.
Quem tem esses ataques de medo, fobias e pânico, tem que questionar o primeiro pensamento de medo que surge, pois ele traz a ansiedade.
Precisa modificar o modo que conversa consigo mesmo, porque isso muda tudo. Conversar com a mente. Não acreditar na mente negativa. Duvidar dessas ideias de medo. Não confiar nelas. Pensar imediatamente o oposto.
Para superar medos, fobias é necessário interromper esses sintomas desencadeados pelo cérebro. E para isso, é fundamental respirar bem.
É preciso compreender que quem tem pânico, muita ansiedade ou estresse, respira mal. Tem a respiração superficial, na parte alta dos pulmões e isso gera sensação de tontura ou mais ansiedade.
Por isso, quando alguém diz: “Eu quase desmaiei, mas me controlei”. Isso não é verdade. Ninguém controla um desmaio. Simplesmente a respiração estava rápida demais, o que mudou a química do sangue e trouxe esse mal-estar.
Quem tem esses ataques de medo e tensões exageradas precisa respirar corretamente, entender e sentir a respiração.
Em vez de pensar: “Vou desmaiar, vou passar mal.” Pensar: “Estive respirando rápido e me deu tonteira”. “Senti taquicardia porque estou respirando muito rápido ou prendendo a respiração. Apenas isso.”
Entenda melhor o que acontece na respiração:
Ente o tórax e o abdômen está o diafragma. O diafragma é um músculo que separa a cavidade torácica da cavidade abdominal. No início de cada inspiração, ele se contrai. Então, o ar é puxado para os pulmões e a parede abdominal se expande. Quando o diafragma e o tórax relaxam, o ar sai e o abdômen fica novamente achatado, se contraindo para dentro.
Todos nós começamos respirando diafragmaticamente, com o abdômen subindo e descendo. Observe os bebês quando eles respiram: o abdômen e o estômago se movem a cada respiração.
Com o passar dos anos, devido a roupas justas que impedem a respiração, devido às emoções descontroladas, muitos passam a respirar pelo tórax. Quando o diafragma não está sendo utilizado, a respiração se torna torácica, o que cria mais ansiedade e nervosismo.
Por causa dos medos, da raiva, da pressa, da multitarefa diária, o músculo do diafragma fica bloqueado e preso. Isso cria um ciclo vicioso, quanto mais a pessoa respira na parte alta dos pulmões, mais ela sente tensões, quanto mais ela sente tensões, mais ela respira pela parte torácica.
A respiração diafragmática avisa o cérebro que a pessoa não está correndo perigo algum, que é tudo imaginário.
Mesmo que você não tenha esses sintomas de medo, é muito bom ter consciência da respiração para relaxar, aliviar o estresse e experimentar mais calma.
A respiração diafragmática é mais profunda e completa do que a torácica e quando você faz exercícios respiratórios para ter consciência dessa respiração, ela traz uma sensação de tranquilidade. É como a respiração de uma criança dormindo, acalmando e dissolvendo a ansiedade.
Vamos vivenciar a respiração diafragmática e a respiração média:
1. Deitado, pernas flexionadas, plantas dos pés no chão ou na cama, mãos abaixo do umbigo, com a ponta dos dedos médios se tocando. (se quiser, pode juntar os joelhos).
Feche os olhos, inspire pelo nariz, sentindo o abdômen inchar. (imagine um balão no abdômen, que se enche de ar na inspiração).
Expire pelo nariz até o abdômen murchar completamente. Sinta que ao expirar o abdômen se contrai para dentro.
Sinta que ao inspirar, os dedos médios se afastam naturalmente, e ao expirar, os dedos médios se aproximam novamente. (isso acontece sem você fazer movimento com as mãos).
2. Com as mãos na altura das costelas, com dedos médios se tocando, sinta a respiração média ou intercostal. Ao inspirar, perceba que os músculos se expandem para os lados, ao expirar, o abdômen vai para dentro.
Procure não respirar rapidamente ou muito profundamente, pois isso pode trazer mais ansiedade. Permita que o ritmo natural da vida se instale. Apenas observe a respiração acontecendo. Compreenda que é a vida que respira em você.
Dedique um tempo de seu dia para relaxar, sentindo a respiração diafragmática e a respiração média. Reserve uns 5 ou 10 minutos para essa prática. Além de acalmar, esse treinamento faz com que essa respiração consciente se torne natural na sua vida.
Após tornar-se consciente da respiração, você será capaz de respirar pelo diafragma, quando estiver deitado, sentado ou em pé. Isso traz apoio interior, ajuda a administrar e superar os problemas.
Lembre-se: é difícil manter a tensão, estresse, raiva, dor, ansiedade, e continuar respirando. Ao ficar tenso, prendemos a respiração.
Assim, observe a frequência com que você prende a respiração ao antecipar os pensamentos de medo, fobias, ansiedade.
Identificar que prende a respiração é um grande passo para dissolver as tensões, para superar essas sensações de falta de ar, de taquicardia, aflição e tonteira.
Quando perceber que prendeu a respiração e bloqueou o diafragma, mude essa experiência.
Pare e faça uma pausa.
Solte o ar.
Dê um leve sorriso.
Respire lenta e profundamente pelo diafragma.
Focalize sua atenção no que está fazendo e sentindo.
Converse com você mesmo:
Quais são minhas escolhas?
Vale a pena me preocupar com essa situação, nesse momento?
Para que ficar pensando no futuro, com expectativas negativas ou remoendo o passado? O que eu ganho em me preocupar, me atormentar?
Diga para você mesmo: “Isto são apenas pensamentos negativos. São ilusões da mente negativa”.
Pense, com firmeza, várias vezes:
“Somente coisas boas acontecerão para mim.”
“Eu confio no Ser interior que habita em mim.”
“Eu sou a presença de Deus em ação”.
“Eu estou com Deus, Deus está comigo.”
Entenda que, se você está preocupado com o futuro, desejando poder modificar o passado ou reagindo automaticamente, sem pensar, pode ser apanhado desprevenido por situações estressantes.
Você vai perceber que a consciência da respiração pode lhe dar um controle imediato, porque faz você se concentrar no momento presente.
Focalizar-se no momento presente, faz com que você considere, com mais clareza, aquilo que o deixou perturbado. Muitas vezes tudo o que você precisa é mudar sua maneira de pensar ou de fazer alguma coisa.
Muitos dos desafios da vida podem se tornar um pouco mais fáceis, apenas respirando. Ao ter essa consciência e ao aprender a controlar a respiração, você domina a mente e as emoções.
Clique aqui para ler meu artigo onde explico outro treinamento da respiração diafragmática: “Relaxe através da respiração consciente”.
Torne essa focalização na respiração uma parte de sua rotina diária. Invista na sua saúde física, saúde mental e saúde emocional. Boas práticas! Fique em paz! Namaste! Deus em mim saúda Deus em você!