por Thaís Petroff
“Muitos entram em ‘coitadismos’ e vitimizações ao invés de realmente tomar as rédeas da sua vida nas mãos e assumir a direção para a qual ela está indo”
Responsabilizar-se é responder por aquilo que se escolhe, que se faz. Quem não é responsável não se compromete com suas decisões, faz qualquer coisa no presente, independente das consequências futuras; fala uma coisa e faz outra, porque não avalia com acuidade suas palavras e/ou ações.
Responsabilidade depende muito mais de maturidade do que de idade. Ela tem a ver com o quanto o indivíduo se apropria dos resultados que alcança frente às ações que tem no mundo.
Essa atitude pode ocorrer em qualquer idade, contanto que a pessoa seja estimulada a ter essa percepção de causa e efeito.
Quem é responsável zela tanto pela sua própria vida, como pela das pessoas à sua volta. Ou seja, tem respeito por seus próprios compromissos e obrigações, mas também cuida em avisar ao próximo de alterações em combinados já estabelecidos, de atrasos etc. Em outras palavras somente quem se responsabiliza por si mesmo, pode ter a habilidade de perceber o outro como um todo e também suas necessidades.
Carecemos de pessoas mais responsáveis no mundo, temos muita gente se culpando e pouca gente realmente se responsabilizando (veja aqui).
Muitos entram em “coitadismos” e vitimizações ao invés de realmente tomar as rédeas de sua vida nas mãos e assumir a direção para a qual ela está indo.
Percebo inúmeras pessoas com medo de se responsabilizarem, como se isso as isentasse das consequências de suas ações no mundo. Não avaliar as consequências de seus atos, não se comprometer com os resultados de suas ações não modifica os efeitos do que é feito, só cria a ilusão de que não é necessário lidar com isso ou de que não é preciso olhar para isso agora.
Um ótimo exemplo é de alguém que faz compras no cartão de crédito e nunca olha o saldo no banco. Essa atitude pode trazer a percepção de maior leveza e liberdade, mas a realidade não é alterada somente por que não se opta em não olhar para ela. O problema continua lá, ou justamente o problema é criado pela pessoa por não se apropriar do planejamento de sua ação no mundo.
Olhando por esse ângulo, responsabilidade e liberdade caminham juntas; quanto mais eu me responsabilizo por minhas decisões e comportamentos, tanto mais sou livre para fazer o que eu escolher no mundo, porque já optei por arcar com as consequências disso. Já quando não me aproprio de minhas ações e de seus resultados, crio uma ilusão de liberdade momentaneamente, mas que em algum momento terei de pagar essa conta sem ter me planejado para isso.