Por Núcleo de Divulgação Científica da USP
Um estudo com gêmeos, em que um foi afetado pela síndrome congênita do zika vírus e outro não, mostrou pela primeira vez, que há uma explicação genética para o fato de nem todas as gestantes infectadas darem à luz bebês com problemas neurológicos.
Os resultados da pesquisa, conduzida pelo Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco da USP, foram publicados nesta sexta-feira, 2 de fevereiro, na revista inglesa Nature Communications. A estimativa é de que 6% a 12% das gestantes infectadas pelo vírus terão bebês nascidos com a síndrome, que inclui a microcefalia.
Coordenado por Mayana Zatz e Maria Rita Passos-Bueno, o estudo também concluiu que a suscetibilidade ao vírus não é explicada por um único gene, e sim por diferenças que envolvem a expressão de cerca de 60 genes, a maior parte deles ligada a uma via de sinalização celular chamada mTOR. Entre outras funções, essa via controla o que os cientistas chamam de “regionalização” do cérebro – seu desenvolvimento diferencial em células do córtex, por exemplo.
“O bebê ter esses fatores de susceptibilidade genética não significa que ele terá microcefalia, a menos que seja infectado pelo vírus zika. No futuro, talvez possamos identificar pais em risco de terem filhos com esse padrão genético e priorizá-los em uma futura estratégia de vacinas”, diz Mayana.
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Fonte: Agência USP
Mais informações: e-mail mayazatz@usp.br, com Mayana Zatz