por Luiz Alberto Py
Saber perdoar é uma arte. Como toda arte, pode ser aprendida através de esforço e dedicação ou, como acontece com alguns poucos felizardos, pode ser um dom que se recebe de nascença e apenas precisa ser exercitado. Perdoar envolve a capacidade de estabelecer a diferença entre o perdão e a absolvição.
Perdoar é um gesto individual de aceitar que um erro cometido faz parte das fraquezas humanas e de entender aquele que errou como uma pessoa comum que pode enganar-se e ter a nossa simpatia ou, pelo menos, a nossa capacidade de relevar o mal que foi feito. Absolver determina a inocência do acusado, trata-se de uma questão da Justiça, da sociedade como um todo, e não de cada um de nós independentemente.
A importância de perdoar está no fato de que o perdão faz muito mais bem a quem perdoa do que a quem é perdoado. O perdoado pode se sentir aliviado de seus sentimentos de culpa pelo mal causado (ou nem fica sabendo que foi perdoado…), mas quem perdoa se livra do ódio e do rancor que fazem mal à saúde (Shakespeare: “ressentimento é como tomar veneno e esperar que o outro morra”); a alma se engrandece e o espírito conquista paz e serenidade. Além disso, desenvolver a capacidade para o perdão também ajuda a nos perdoarmos (sem deixar de reconhecer o erro) o que contribui para uma melhor relação do indivíduo consigo mesmo.