por Thaís Petroff
Muitos de nós conhecemos pessoas que tendem a se vitimizar frente às situações, ou ainda, percebemos que nós mesmos temos a tendência em fazer isso. A ideia que se tem é de que o mundo é injusto, de que outras pessoas têm mais oportunidades, de que as coisas não dão certo, que tudo é sempre muito difícil etc.
Essa é uma percepção de mundo que leva ao autoboicote e à culpa.
Quando nos culpabilizamos frente às situações, entramos em um ciclo de nos martirizarmos, ficarmos tristes e até com raiva de nós mesmos e, diante disso, ficamos estagnados. Quando nos vitimizamos, culpabilizando o mundo, as outras pessoas, as circunstâncias… também ficamos estagnados, porque não temos o que fazer para mudar o contexto. Ficamos então reclamando, choramingando e nos perdendo em desculpas.
A vitimização é uma atitude utilizada por inúmeras pessoas e que, em muitas ocasiões, pode dar muito certo, uma vez que há pessoas que se compadecem com esse discurso e darão razão para quem se vitimiza, reforçando tanto no sentido de lhe fornecer atenção, quanto no de concordar com sua fala. Assim a pessoa que se vitimiza acaba se colocando numa grande armadilha: se ela não buscar desenvolver alguma consciência, será difícil sair disso. Inclusive por que há momentos em que as pessoas em torno dela podem se aborrecer com a repetição desse mesmo discurso e/ou se afastar dela ou começar a pontuar outros pontos de vista mas, sem consciência, é possível que ela se vitimize mais ainda, interpretando o que ocorre sob a ótica de que novamente os outros estão sendo injustos com ela.
Saia do papel de vítima em quatro passos:
1º) O segredo para sair desse papel é começar a se responsabilizar pelo que depende de si para ser feito.
2º) Identifique em cada situação o que está dentro de seu controle e de seu poder de ação e faça algo com isso. Logicamente nem tudo está sob nosso controle.
3º) Para a parte que está fora de seu controle, precisa ser trabalhada a aceitação: aceitação de que essa é a situação que se apresenta; aceitação de que é o que o outro pode fazer agora; aceitação que é o que há para o momento.
4º) Ao trabalhar com foco nessa dupla: responsabilidade + aceitação, a percepção e consequentemente os resultados ao lidar com os “reveses” passam a ser muito diferentes.
Coisas boas e ruins acontecem na vida de todos, a questão é como lidar com elas e o quanto há de disposição para mudar o que estiver ao alcance e também o quanto se empenha em não gastar energia desnecessária com o que não estiver: a isso podemos chamar de maturidade, crescimento.