Por Marta Relvas
A aprendizagem não está presente apenas nos neurônios e terminações nervosas, mas na neuroglia – o termo glia que significa cola, que na concepção inicial era apenas colar e dar sustentação aos neurônios. Sabe-se que neurônios não regeneram o material genético, no entanto, a Neurociência vem mostrando que as funções das neuróglias são muito amplas. Para cada neurônio, há cerca de dez células da glia, ao contrário do neurônio, apresentam uma grande capacidade de divisão celular.
Células Gliais por muitos anos não tiveram seu real valor reconhecido. As células glias eram consideradas como mera massa de preenchimento do tecido nervoso, porém, depois de muitas pesquisas realizadas pelo Laboratório Nacional de Saúde, observou-se por experimentos sua função muito importante que mudaria todo o conceito a respeito desse tipo de célula nervosa e o funcionamento do sistema nervoso.
Por muitos anos os neurcientistas acreditaram que os neurônios eram responsáveis por toda a comunicação no cérebro e do sistema nervoso, e que as células gliais, embora nove vezes mais numerosas que os neurônios, apenas os alimentavam e realizavam atividades de limpeza do espaço extracelular. Novas experiências, demonstraram que as células gliais se comunicam com os neurônios e umas com as outras, possuem funções de colar um neurônio ao outro, garantindo que as informações cheguem no órgão alvo.
Ha um tempo atrás, a teoria estabelecida era que toda a informação do sistema nervoso era apenas transmitida pelos impulsos elétricos através de redes de neurônios que se interligam em conexões sinápticas. Mas ao longo de muitos estudos, observou-se que há informações que passam sem energia elétrica, apenas química e com intenso brilho quando se conectam.
As células gliais são capazes de modificar os sinais nas fendas sinápticas entre os neurônos e podem influenciar o local das sinapses.
A grande função das células gliais é que podem ser essenciais para o aprendizado e para a formacão das lembranças, além de serem importantes na reconstrução de lesões neurológicas através da plasticidade neuronal.
Tipos de células neuróglias que estão envolvidas na aprendizagem:
Astrócitos – são numerosas e conferem a maior parte do suporte estutural para os neurônios do sistema nervoso central. Localizam-se principalmente nas fendas sinápticas, absorvendo neurotransmissores, diferentemente dos neurônios, os estímulos dosa astrócitos é só química.
Oligodentrócitos – aparecem enroladas ao redor dos axônios do sistema nervoso central, sendo responsáveis pela formação da bainha de mielina. E no sistema nervosos periférico pelas células neurolemas (célula de Schawann), formando um cordão de isolamento da célula.
Ependimárias – revestem o interior dos ventrículos e o canal da central da medula espinhal.
Sabe-se que as células gliais são responsáveis pela produção da bainha de mielina no sistema nervoso periférico e no sistema nervoso central, funciona como um isolante e tem um alto poder fagocitário (captura de substância sólida da célula para defesa e limpeza). Agora, é só confiar na ciência e aguardar os resultados e com elas novas formas de tratamentos e novas terapias.