por Renato Miranda
Reconheçamos ou não é impossível viver sem estresse. Refiro-me àquilo que os especialistas denominam distresse ou ainda estresse negativo.
Tanto de ordem física (cansaço, lesões por repetição excessiva de movimentos, por exemplo), psicológica (preocupações por desempenho, ansiedade, tensões e outros) e social (relacionamento profissional, concorrência e expectativa de sucesso e outros) as pessoas estão a mobilizar o máximo de seus esforços na esperança de viver melhor e com isso o consequente aumento dos níveis de estresse.
É impossível modificar o ritmo intenso da vida atual, e que, portanto, nos pressiona cada vez mais a sermos como atletas de alto nível, como se tudo que fizermos fosse observado e avaliado por terceiros. E mais, que rendamos o quanto for necessário a cada dia.
As demandas que nos estressam tendem a serem maiores como se não houvesse limites. O caminho então, não parece ser tentar diminuir as exigências, mas sobremaneira, aprender ou aumentar nossa capacidade de lidar com as demandas da vida moderna.
Criar ou mobilizar estratégias pessoais para lidar com o estresse de cada dia baseado na melhora do nosso potencial cognitivo, comportamental, emocional e motor proporcionará condições de nos adaptarmos ao ambiente (situações) em frequente mudança. É o que se denomina coping.
Portanto, há um aprendizado consciente de como podemos nos preparar para enfrentarmos o estresse cotidiano de modo a utilizarmos todo nosso potencial físico e psicológico a fim de administrarmos, diminuir ou simplesmente tolerarmos as demandas das mais diferentes atividades pessoais e profissionais.
Não há como fugir da seguinte realidade: se quisermos ter sucesso e viver melhor, devemos agir como atletas disciplinadamente ativos e nos preparar sempre para o desenvolvimento e transformações de toda ordem que o mundo nos apresenta.
Se o estresse é inevitável, é fundamental que estejamos preparados para enfrentá-lo com nosso melhor potencial possível. Não com o princípio da disputa que é o de vencer, mas no sentido de harmonização e ajustamento.
Portanto, aumentar nossas habilidades gerais, tanto de ordem física como psicológica é um grande passo para elaborarmos as estratégias de como lidar com o estresse (coping).
Nossas habilidades serão desenvolvidas a partir do treinamento constante daquilo que devemos fazer (tarefa: trabalho, escola, enfim tudo o que devemos fazer como rotina). Assim, teremos recursos técnicos sempre atualizados e avançados. Em outro sentido, aprimorar nossa capacidade de nos mantermos motivados e confiantes, mesmo quando as coisas parecem não estar no “devido eixo!”. É acreditar em nossas forças e seguir em frente.
Por outro lado, melhorar nossa capacidade de elaborar metas relativamente compatíveis com nossas capacidades e prepararmos mentalmente para tudo o que tiver de ser feito. Só assim seremos capazes de realizar planos de ações eficientes.
Paralelamente o aumento da capacidade de concentração é essencial. Pessoas concentradas trabalham com mais prazer e não se distraem mesmo em situações inesperadas. Ficar despreocupado com o desempenho, no sentido de não se importar com o que os outros pensem em caso de uma falha, é um exercício básico para o desenvolvimento de ações produtivas e livres de pressão desnecessária.
Quando sob pressão é aconselhável substituir a percepção de estarmos ameaçados com a de estarmos desafiados. Perceber a pressão como algo que pode favorecer o desenvolvimento e, portanto, um desafio a se superar é geralmente mais favorável ao desempenho promissor.
Por fim, ao assumirmos um comportamento positivo e com entusiasmo frente a mais diversas situações cotidianas, calmos perante as situações inesperadas e aptos para nos recuperarmos após erros e frustrações, nós estaremos prontos a lidar com as adversidades que o mundo não cansa de nos oferecer constantemente.
Em resumo: viver bem é lidar bem com o estresse!