Da redação
A luta por direitos e salários equivalentes entre homens e mulheres no mercado de trabalho é uma das bandeiras na busca por uma sociedade igualitária entre os sexos. No entanto, o desafio não fica restrito a apenas fora de casa.
Ainda que a grande maioria das mulheres ganhe menos do que os homens, algumas precisam encarar o desafio de ganhar mais do que seus parceiros.
E isso no Brasil é uma realidade. Dados da pesquisa “Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), mostrou que hoje 40% dos lares são chefiados por mulheres e em 34% das famílias chefiadas por mulheres, há presença de um cônjuge.
Como será que os homens lidam com essa situação?
“Alguns homens não lidam bem com a possibilidade de a mulher ter um salário maior, enquanto há mulheres, por sua vez, que também acreditam que é o papel do homem prover o lar”, explica a psicóloga Carolina Marques.
Os casais, no entanto, não devem pensar em quem está obtendo a maior fonte de renda, mas sim, em quais são os planos que juntos pretendem realizar. Quando o casal tem o mesmo objetivo, não importa se a maior parte do dinheiro vem do bolso de um ou do outro. O que importa é trabalhar em conjunto pelo mesmo objetivo.
Esse tipo de preconceito é comum, pois o dinheiro é encarado como uma “ferramenta de poder”. Ou seja, quanto mais você ganha, mais “poderoso” você é. E, ao ganhar menos do que a parceira o homem pode se sentir “inferior ou sem poder”.
Como lidar com a diferença de renda no casamento
1- Não postergue o papo sobre finanças
Falar sobre contas a pagar não é romântico, mas é importante colocar as cartas na mesa desde cedo para evitar apertos e estresse no futuro. Ciente da renda e dos planos profissionais de cada um, o casal pode avaliar a compatibilidade e a organização das contas e projetos em comum.
2- Orgulhe-se do seu sucesso e do seu par
Um salário elevado é fruto de um esforço, portanto, não importa se você ou seu par ganha mais, orgulhe-se do sucesso, sem medo de constranger o parceiro.
3- Dinheiro não tem gênero
A contribuição financeira para o sustento da casa deve ser determinada com base na renda e na oportunidade de cada um. O casal pode propor, por exemplo, o rateio das contas da casa de forma proporcional à renda.
4- Estimule a carreira do outro
A parceria entre o casal é primordial para que os dois cresçam juntos e alcancem seus objetivos. Se a mulher ganha mais, ela pode estimular que seu parceiro também desenvolva seu potencial para que a diferença salarial não seja um motivo de distanciamento
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5- Não alimente a competição
A base de um relacionamento é a parceria e não uma disputa entre os dois. Foque no que sua renda (ou a soma da renda dos dois) pode proporcionar, evitando comparações e cobranças. No casamento, precisamos fazer planos comuns.
Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo e não se caracteriza como sendo um atendimento.
Fonte: Carolina Marques: Pós-Doutorado em Psiquiatria e Psicologia Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)