Da Redação
Dia 31 de julho é o Dia Mundial do Orgasmo. A data foi criada por sex shops inglesas. Vale lembrar que as mesmas chegaram a uma constatação triste: após encomendarem uma pesquisa, descobriram que cerca de 80% das mulheres inglesas nunca chegaram ao orgasmo. Infelizmente, reclamações como falta de desejo sexual, falta de excitação, dor durante a penetração e dificuldade em chegar ao clímax são supernormais. Ressaltamos, portanto, a importância da terapia sexual. Vale lembrar que cada um é responsável pelo próprio prazer sexual, não é mais aceitável culpar o parceiro(a). Temos que conhecer o nosso corpo, como ele reage aos estímulos e passar isso ao parceiro (a). Culpá-lo, definitivamente não resolve o problema.
Saiba o que é mito e verdade quando o assunto é orgasmo
1 – Quem estimula é o responsável pelo orgasmo – Falso
Cada pessoa é responsável pelo seu próprio orgasmo. Precisa saber o que mais a excita e quais os pontos de seu corpo são responsáveis pela excitação e assim passar essa informação ao outro. Por isso é preciso buscar a parceria na relação sexual para a troca dessa energia.
2 – O orgasmo é sempre muito intenso – Falso
Muitas pessoas acham que ter orgasmo é ver estrelas, entrar numa outra dimensão cósmica, uma expressão violenta de sensações, euforia e desfalecimento. As sensações do orgasmo são variáveis de pessoa para pessoa. O orgasmo é o resultado de uma excitação crescente, tendo como resultado o clímax, onde está inserido entrega, sentimento e sensações. As sensações do orgasmo sofrem influência de fatores intrínsecos (emoções, sentimentos, orgasmos anteriores registrados na memória) e extrínsecos (ambiente, tempo e parceria sexual).
3 – 'Receita de bolo' para chegar até lá – Falso
É comum a procura pela mulher de uma solução rápida, eficaz e de sucesso garantido na busca do orgasmo, como uma receita pré-definida para todas as mulheres. O orgasmo é individual e a receita está na pessoa, na sua entrega, na cumplicidade, tendo como resultado uma excitação crescente até o máximo do prazer sexual.
4 – O tempo para o orgasmo masculino e feminino são iguais – Falso
De maneira geral, a excitação crescente até o orgasmo na mulher é mais lento. A mulher, na sua resposta sexual tem mudanças anatômicas na sua genitália para que possa ser penetrada sem dor. Dessa forma, os tempos de orgasmo são diferentes. Muitas vezes em um encontro casual, a mulher pode ter um orgasmo dentro de poucos minutos, pelo fator-fantasia do momento.
5 – O orgasmo masculino é a ejaculação – Falso
O orgasmo e a ejaculação são respostas fisiológicas diferentes no homem. O orgasmo é uma resposta sensorial, enquanto que a ejaculação é a eliminação do esperma. No homem, geralmente eles acontecem simultaneamente.
6 – Preliminares mais longas, orgasmos mais intensos – Falso
As preliminares são importantes para que a mulher chegue ao orgasmo, porém a intensidade do orgasmo depende exclusivamente da excitação, da entrega total ao momento erótico e de suas emoções.
7 – Ponto G masculino e feminino – Este conceito é muito questionado
Não há comprovação científica que ateste a existência do Ponto G masculino ou feminino, mas sim regiões que ao serem estimuladas favorecem o orgasmo. É importante saber que existem zonas erógenas, tanto na região genital como em todo corpo que proporcionam excitação, variadas de pessoa para pessoa. Para os homens as carícias na região perineal e anal podem estimular a próstata e favorecer a ereção. Para as mulheres o canal vaginal possui uma plataforma orgástica, região mais sensível ao toque logo nos primeiros centímetros, que participa efetivamente na elevação da excitação.
8 – Todo ser humano é 'equipado' biologicamente para ter orgasmo – Verdadeiro
Salvo doenças que comprometem a resposta sexual, o nosso corpo está apto para o sexo e consequentemente para o orgasmo. O orgasmo depende mais de fatores emocionais, que promovam as mudanças físicas durante o prazer. Na dificuldade ou ausência do orgasmo, é necessário a busca de tratamento por um especialista – terapeuta sexual – para investigar as possíveis causas, físicas ou psicológicas.
9 – Há mulheres que ejaculam – A ciência ainda não comprovou nada a respeito.
O que acontece em alguns casos é que há algumas mulheres que se lubrificam mais do que as outras, pela atuação de glândulas no canal vaginal. Mas essas glândulas não são como a próstata e o canal seminal masculino que podem armazenar um líquido para depois jorrá-lo em determinado momento. Na mulher, essas glândulas assim que produzem o líquido para lubrificação, o solta, e isso é feito durante toda a relação.
10 – Orgasmo anal – O Ânus não é preparado anatomicamente falando para produzir um orgasmo.
Mas orgasmo é um só e ele não é separado em vaginal, clitoriano, peniano. Ele é uma sensação do corpo inteiro. O que muda são os pontos estimulados para a excitação.
11 – Uma mulher quando transa com outra tem orgasmos infinitos – Falso
Quando uma a mulher transa com uma outra não significa que elas terão orgasmos infinitos até que se cansem fisicamente. A mulher, assim como o homem, também tem um período chamado de resolução, ou seja, o período em que o corpo recomeça todo o processo de excitação, realização e novamente o clímax. A diferença entre o homem e a mulher é que ela continua, depois de um orgasmo, em um nível de excitação e ele não.
12 – Orgasmos múltiplos – Verdadeiro
Eles existem e dependem do nível de estimulação durante a relação sexual.
13 – Metade das mulheres para ter um orgasmo precisa de estimução clitoriana
Isso é perfeitamente normal e não se trata de um distúrbio. O orgasmo não depende da penetração para acontecer.
Fonte: Sylvia Faria Marzano – Médica Urologista e Terapeuta Sexual. Membro da Sociedade Brasileira de Urologia.