Por Karina Simões
As funções da paternidade e da maternidade hoje são outras. A sociedade mudou, e os pais de hoje são mais participativos e ativos na educação dos filhos. Anteriormente, a figura paterna se dedicava à função de provedor, isto é, a parte financeira, enquanto a materna lidava com os cuidados e a educação.
Hoje essas funções se uniram e somam entre si. Assim, temos tido pais mais participativos e ativos na educação emocional dessas crianças. Antigamente não havia conversas nem diálogos com as crianças. A forma de educar baseava-se em punições e agressões também.
Hoje o diálogo existe, e as crianças são mais ouvidas e compreendidas pelos pais, por conseguinte, elas expressam suas vontades e gostos. Mas há um alerta que preciso fazer: fiquemos atentos aos exageros e excessos que nós, pais, podemos cometer com os nossos filhos, justamente porque não queremos que eles sofram ou passem por alguma privação que na condição de filhos tenhamos passado por alguma razão.
Dessa forma, vamos suprindo os filhos de excessos sem percebermos. Esse comportamento priva os filhos de crescerem emocionalmente, inclusive evitando que eles se sintam frustrados. Lembrem-se, portanto, que a frustração não é maléfica, visto que ela coopera para o fortalecimento psicológico e emocional dos filhos. Tudo isso ainda faz com que a criança tenha intolerância à frustração e cada vez apresente menos paciência com as adversidades da vida.
Com tantas mudanças nos valores familiares e atual estilo de vida, hoje, vêm ocorrendo tanto um aumento na ansiedade das crianças quanto intolerância à espera. A paciência tem sido uma raridade na infância e uma preocupação generalizada entre os pais de hoje. Por isso, fiz um alerta aqui para que possamos compreender cada vez mais essas crianças, mas, treinarmos também a nós mesmos, pais e educadores, para que possamos ficar atentos para o fato de que ensinar as crianças a terem frustração é um dos caminhos positivos para uma educação mais equilibrada emocionalmente. Assim, elas aprenderão a gerenciar as suas emoções.
