Sempre sou alvo de críticas. O que faço?

por Rosemeire Zago

"Eu nunca tive nenhum tipo de envolvimento amoroso, nunca sequer beijei. Sempre me perguntam por que não namoro, se sou bonita, divertida, inteligente… A verdade é que eu não sei a resposta para essa pergunta. Já conheci homens muito interessantes, me senti atraída por eles, mas quando acontecia(e) de entrarmos em um assunto sentimental, desconverso, faço alguma brincadeira e mudo o foco da conversa de uma forma sutil. Não converso com ninguém a respeito. Não me sinto à vontade. Ultimamente tenho recebido alguns convites para sair, mas digo não a todos, até para os que eu gostaria de ir. Não via como um problema, mas agora, tem algo dentro de mim que pede por esse tipo de envolvimento e que tento reprimir a todo custo. Só não sei até quando."

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Resposta: Pelo seu relato o mais indicado é você buscar um acompanhamento com um psicólogo(a) para identificar os possíveis motivos que a faz evitar todo e qualquer envolvimento afetivo.

É preciso entender como foi seu vínculo emocional com os genitores, qual a referência que você teve de relação afetiva, sua educação como um todo.

Enfim, é importante buscar no seu histórico de vida uma compreensão por seus comportamentos atuais, que por mais que até hoje você não considerava um problema, na verdade não é mesmo, está apenas refletindo algo mais profundo. Ou seja, sua fuga por um envolvimento com uma pessoa, na verdade é um sintoma de algo muito mais profundo e que deve ser identificado.

Sempre sou alvo de críticas. O que faço?

por Rosemeire Zago

"Vim de um psiquiatra e ele me disse que tenho TAG (transtorno de ansiedade generalizada) e me encaminhou para fazer psicoterapia. Infelizmente, não tenho dinheiro para pagar as sessões. Já perdi muitas pessoas boas e próximas por causa disso. No meu trabalho ninguém me pergunta mas nada, pois só dou patada. Penso no que fiz tarde demais, depois me arrependo e acabo me isolando. Os meus relacionamentos são conturbados, me envolvo muito com homem casado."

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Resposta: Você coloca três situações: a ansiedade, sua dificuldade em se relacionar, e seu relacionamento afetivo com homens casados. É preciso buscar a origem de suas atitudes e por isso o mais indicado mesmo é a psicoterapia como o psiquiatra indicou.

Segundo a Associação Americana de Psiquiatria a ansiedade se caracteriza por uma preocupação excessiva com situações triviais do dia-a-dia, causando muitos transtornos. É um estado afetivo caracterizado por um sentimento de insegurança; é um desejo ardente, uma aflição, uma incerteza quanto ao amanhã. Nega o presente, o que tem agora.

Apesar de ser uma resposta normal ao perigo físico – e pode ser uma ferramenta útil para concentrar a mente quando há o fim de um prazo se aproxima – a ansiedade se torna um problema quando ela persiste muito além da ameaça imediata e passa a ser um traço da personalidade, onde tudo gera ansiedade.

Quando os sintomas como: preocupação descontrolada, inquietação, irritabilidade, apreensão, tensão muscular e problemas de concentração se tornam persistentes, afetando os hábitos e padrão de vida comum é chamado de Transtorno de Ansiedade Generalizada – TAG, diagnóstico dado pelo seu psiquiatra.

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A psicoterapia pode ajudar sim, mas você também pode exercitar ficar mais no momento presente.

Como?

Lembrando-se de estar no momento presente, valorizando e aprendendo com tudo que lhe acontece. Exercite a gratidão. Cada vez que fica no momento seguinte você acaba por não aproveitar aquilo que está acontecendo agora. Quando estiver fazendo algo e seus pensamentos a levarem para o daqui a pouco ou o amanhã, pense: “devo ficar aqui e agora, este é o momento que estou vivendo”.

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Exercite isso sempre que sentir necessidade, e você perceberá que consegue.

Você cita também que ninguém mais te pergunta nada porque você só dá “patada”, depois pensa no que fez, se arrepende e se isola, o que acaba por se tornar um círculo vicioso. É preciso identificar os motivos que te fazem agir dessa maneira. Quais são seus sentimentos nesses momentos? O que te faz agir desse modo com outras pessoas? Já pensou como se sentiria se a tratassem do modo que você as trata? Pense sobre isso.

Como ninguém muda de uma hora para outra, procure observar mais, ouvir mais, e só fale depois de pensar na resposta que quer dar. Muitas vezes quando machucamos outras pessoas acontece o efeito bumerangue, nós machucamos na mesma proporção.

Outro fato que você cita é se envolver com homens casados. Será que sua ansiedade também está influenciando em suas escolhas? Você vai se envolvendo sem saber com quem, por que, etc?

O que há em comum nessas três situações?

A pessoa ansiosa geralmente é impulsiva, não espera nada, quer as coisas para ontem, seja um relacionamento ou um trabalho a ser realizado. Parece que você faz e fala sem pensar, próprio de quem é impulsivo e que é uma das características da ansiedade, mas é preciso analisar mais profundamente para um entendimento maior e posterior mudança de atitudes.

Terapia de escrever

Como no momento você não tem condições de fazer psicoterapia, comece observando o que faz e fala, e se possível anote todas as situações que lhe tragam algum conflito. Depois de algum tempo fazendo suas anotações, leia e analise todas. Só podemos mudar aquilo que conseguimos identificar. Evite agir por impulso, respire antes de qualquer atitude que precise tomar, pare, pense.

Tenha como referência a natureza, tudo nela precisa de um tempo, uma semente só se torna um fruto depois de algum tempo. Assim somos nós, ninguém consegue mudar de um dia para outro, mas você já conseguiu o mais importante: querer mudar.

Pense sobre tudo isso, responda as perguntas acima e mude um pouco a cada dia, no final de algum tempo você perceberá grandes mudanças. E se quiser lembre-se sempre da Oração da Serenidade adotada pelos Alcoólicos Anônimos no mundo inteiro:

“Que Deus me dê serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar,
coragem para mudar as que posso e sabedoria para distinguir umas das outras”

Só por hoje!!!

Sempre sou alvo de críticas. O que faço?

por Rosemeire Zago

"Sou muito criticada em tudo que faço. Isso me incomoda. Parece que o defeito sempre está em mim. Sempre me mandam procurar um psicólogo"

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Resposta: Diante de tantas críticas você pode agir de duas formas: considerar o que te falam e analisar se faz sentido para aprender algo ou ignorar o que ouve.

Conviver sendo sempre alvo de críticas não é nada bom para ninguém.

De quem você recebe essas críticas? De familiares, amigos e colegas? São pessoas que te conhecem verdadeiramente? São pessoas a quem você admira, respeita e confia?

Mas procure aprender com isso, analise o que faz com que essas pessoas ajam assim com você. Será que de alguma maneira você está permitindo?

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Pessoas que falam muito sobre si mesmas, pedindo constantemente opiniões, acabam por se expor demais. Será que você não está se expondo, contando muito sobre sua vida e/ou pedindo a opinião delas e com isso, acaba ouvindo o que não quer?

Reveja seus comportamentos e, se ainda assim, achar que não há nada a aprender com o que te dizem, procure fazer com quem te respeitem mais, deixando claro que isso não lhe faz bem.

Você escreve que sempre te mandam procurar um psicólogo. Isso não deve ser visto com algo negativo nem pejorativo, pois é muito bom ter uma pessoa qualificada que nos ajude a nos entender e nos conhecer melhor. Pense sobre isso, quem sabe o que você considera uma “crítica” não pode ser revertido a seu favor?

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