por Margareth dos Reis
“Depois que passei dos 40 anos me tornei viciada em sexo. Mas quando acabo de fazer, me vem um vazio muito grande, não sei o que fazer. Quero que me ajude a entender o porquê.”
Resposta: Por se admitir viciada em sexo, você deve sentir uma vontade sexual inquietante que faz o seu comportamento de busca de realização da sua fantasia ficar fora de seu controle.
Além disso, a dificuldade de concentração em qualquer outra coisa que não seja a concretização da fantasia sexual deve persistir a ponto de interferir negativamente nas outras áreas da sua vida, quais sejam: afetiva, profissional, pessoal e social.
Enredo monotemático
Uma pessoa viciada em sexo vive esse tema como prioridade e grande gerador de ansiedade na vida. No entanto, as relações sexuais nem sempre garantem satisfação, pois podem ser seguidas por sentimentos de culpa e/ou arrependimento, mas novos impulsos para outros atos sexuais costumam se repetir sucessivamente levando à sensação de fadiga pelo excesso de sexo e ao desgaste físico. É necessário, pois, entender que a sensação de vazio é uma variação desse mesmo tema. Faz parte de um enredo de vida monotemático, no qual o sexo é a única prioridade.
Assim sendo, o viciado vive a busca incontrolável do alívio de tensão pelas incontáveis práticas do sexo, pela masturbação, pelo sexo virtual etc. Aqui cabe esclarecer a importância que tem para a pessoa assumir que ela se tornou dependente do sexo para poder buscar ajuda profissional e evitar um empobrecimento existencial doloroso.
A combinação do tratamento psicoterápico e psiquiátrico é fundamental para a recuperação do equilíbrio da pessoa diante de sua vida. Todavia, os grupos de apoio, em paralelo à psicoterapia e ajuda medicamentosa, legitimam a possibilidade de compartilhar experiências com pessoas que vivenciam os mesmos sentimentos e desejam obter os mesmos resultados de sucesso no controle do vício sexual.