por Thaís Petroff
Compaixão é um sentimento muito muito útil quando bem compreendido e bem utilizado.
Muitas pessoas têm a ideia de que ter compaixão é ter pena de alguém ou de alguma situação ou ainda de sentir a mesma dor do outro.
Qualquer uma dessas opções resulta em comportamentos e consequências não funcionais.
Quando tenho pena de alguém, coloco o outro numa posição de incapaz, percebo o outro como fraco e incompetente. Esse não é um olhar que estimula o outro a se mexer ou ser autônomo, mas sim, pode criar uma relação de dependência e/ou subordinação.
Desse modo, ambas as pessoas podem ficar presas a uma situação que não as fará crescer. Pelo contrário, trará desgastes e aumentará aos poucos ainda mais a codependência.
Se por outro lado, me identifico muito com a pessoa e passo a sentir a dor junto com ela, fico então paralisada (tal como essa pessoa já está) nessa dor. Ao invés de ajudá-la, acabo ficando também inerte e sofrendo como ela. Não parece ser uma atitude funcional e construtiva.
Como a compaixão pode então ser útil?
Como utilizar esse sentimento de modo construtivo?
Sentir compaixão é ter algum nível de identificação e afeição com a pessoa ou situação em questão, mas não se deve se perder nesse sentimento afundando com o outro.
É preciso utilizar esse sentimento como um instrumento para te aproximar da pessoa e através disso poder puxá-la para cima.
Assim, posso, por não estar imersa na dor, refletir com mais clareza e perceber a situação de modo mais global, de maneira a conseguir vislumbrar saídas e com isso incentivar essa pessoa a se erguer.
Não é descendo que ajudo o outro a subir, mas sim é de onde estou, que estendo a mão ao outro para que ele possa chegar até a mim.