por Roberto Santos
O mundo corporativo está cada vez mais competitivo despertando em muitas pessoas tendências e instintos ardilosos e agressivos como forma de sobrepujarem seus concorrentes na disputa pelo topo das pirâmides empresariais.
Nos cubículos, nas festinhas de final de ano, nas salas de reunião, surgem os “Gérsons” que gostam de levar vantagem em tudo. Esses espertinhos que se aproveitam da boa vontade ou mesmo ingenuidade alheia para se sobressaírem frente aos superiores em detrimento de colegas, às vezes até usurpando idéias e opiniões dos mais tímidos e mais generosos.
A atenção e o reconhecimento dos chefes é o prêmio geralmente escasso que almeja todos aqueles que vêem nos chefes o distribuidor mor das benesses financeiras ou não. Para obtê-los muitos se valem de artifícios de ética duvidosa.
Como sabemos de muitas histórias contadas ou vividas, nem sempre o filme termina com o bandido na cadeia ou demitido. Daí, os mocinhos politicamente corretos se valem de sua crítica aos espertos, escondendo-se muitas vezes por trás de uma ingenuidade igualmente geradora de fracassos.
Resta ao bom moço pensar num papel diferente para seu personagem corporativo, em que não compactua com o demônio, vendendo sua alma para conseguir a ascensão a qualquer custo, mas também não se deixa ser passado para trás.
Saber o momento de compartilhar uma idéia ou opinião com o “Gersão”, de preferência quando estiverem almoçando com o chefe de ambos não tem nada de desonesto ou de “puxa-saco”, mas apenas dar a si próprio o devido valor.
Assim, ocupar espaços de forma estratégica na política corporativa, não se desgastar em disputas e batalhas menores, guardando seu grande momento para atacar na batalha decisiva da reunião mensal, e outras estratégias inteligentes e éticas, são as maneiras que os mocinhos inteligentes respondem aos Gérsons e ganham a credibilidade e reconhecimento de todos.