Da Redação
As pessoas em geral têm dificuldade para reconhecer que tem problemas com a bebida alcoólica e estão caminhando para o alcoolismo.
Alcoolismo: quando procurar ajuda?
A psicóloga Cristiane Sales explica que um indivíduo deve procurar ajuda quando:
– as pessoas próximas estão preocupadas com seu padrão de consumo;
– sai com amigos e bebe mais do que eles;
– bebe muito e não fica visivelmente embriagado;
– tem a percepção de que não tem controle sobre frequência e quantidade de consumo;
– sente vontade de beber pela manhã;
– fica irritado se alguém critica a maneira como bebe;
– acredita que o álcool possa estar fazendo mal à saúde;
– se tem prejuízo por causa do álcool no trabalho, família, finanças, justiça e acidentes;
– sente-se culpado pela forma de beber e se já tentou parar ou diminuir sozinho, mas não conseguiu.
Estima-se que 20% dos brasileiros, cerca de 32 milhões, bebem mais do que “socialmente”. O consumo de álcool é uma das três maiores causas de faltas ao trabalho e cerca de 65% dos acidentes de trabalho estão relacionados ao uso do álcool e outras drogas. Usuários de drogas faltam dez vezes mais ao trabalho, usam 16 vezes mais os serviços de saúde e solicitam cinco vezes mais indenizações. A produtividade de um usuário de álcool é 20% menor do que a de um trabalhador abstêmio e 70% dos usuários de drogas estão empregados.
Como o álcool age no organismo
O álcool deprime o Sistema Nervoso Central, o que afeta julgamento, nível de consciência, autocontrole e coordenação motora. A cada dose, ocorre um aumento de concentração de álcool no sangue, sendo que uma unidade de bebida alcoólica gera uma hora de efeitos físicos no organismo.
Inicialmente, há sintomas de euforia, evoluindo para tonturas, dificuldade na fala e na coordenação motora, confusão e desorientação. Níveis elevados podem levar à anestesia, coma e morte. Os sintomas físicos da intoxicação alcoólica são aumento da diurese (urinar), redução dos reflexos motores, náuseas, vômitos e aumento da frequência cardíaca e da pressão sanguínea.
Em médio e longo prazo, os efeitos são tolerância (necessidade de doses maiores para obter as mesmas sensações de prazer e relaxamento de antes), síndrome de abstinência (tremores, náusea, sudorese, ansiedade e irritabilidade quando sóbrio), dependência, complicações clínicas, risco de acidentes de trabalho e trânsito, problemas sociais, familiares, econômicos e judiciais.
Classifica-se como uso nocivo do álcool quando o indivíduo bebe quantidade acima do tolerável pelo organismo, seja esse uso frequente, ou ocasional. Beber em quantidades acima das doses estipuladas é considerado uso nocivo do álcool e os riscos aumentam no sentido de causar problemas físicos, laborais, sociais, judiciais, familiares e levar à dependência. O uso constante, descontrolado e progressivo de bebidas alcoólicas pode comprometer seriamente o funcionamento do organismo, levando-o a consequências irreversíveis.
A dependência do álcool leva anos para se estabelecer. Portanto, se a pessoa perceber que seu padrão de consumo não está saudável deve parar antes de ter qualquer prejuízo. Percebe-se que faz uso nocivo de bebidas alcoólicas e pretende controlar o consumo, ou tornar-se abstêmio, pode procurar ajuda de um serviço de saúde especializado ou memo grupos de autoajuda como os Alcoólicos Anônimos (A.A).