Por Tatiana Ades
Trabalho diariamente com pessoas viciadas em amor. Esse vício pode ser tão cruel como outros tão comentados, como drogas lícitas e ilícitas, jogos, sexo, gastos e compras.
Muito pouco ainda se fala no Brasil sobre esse vício da codependência afetiva, onde pessoas são viciadas não em álcool ou cocaína, mas em outras pessoas.
O viciado em amor, em geral, é uma pessoa com autoestima baixa, vem de famílias desestruturadas na infância e geralmente tem a sensação de vazio e abandono que se inicia na fase infantil e permanece na fase adulta.
Essas pessoas precisam inexoravelmente da presença de outra pessoa no quesito amoroso, não filtrando, não escolhendo, apenas aceitando pessoa após pessoa, criando um padrão de busca incessante e aliviando a sensação de vazio no momento de um “novo amor”.
Características típicas de pessoas viciadas em amor:
– baixa autoestima
– sensação de pavor em ficar sozinho
– falta de identificação da própria identidade
– substituição muito rápida de um amor para outro
– depressão, pânico e sudorese em cada afastamento do outro ou quebra de relacionamento
– pensamentos suicidas.
O cérebro da pessoa viciada em amor libera adrenalina e endorfina a cada nova experiência amorosa, dando à pessoa a falsa sensação de bem-estar e alívio imediato, assim como qualquer outra droga.
Quando existe uma separação, a pessoa logo se sente doente, depressiva, sem foco, evita qualquer contato com amigos, familiares e até perde trabalhos.
Entra numa espécie de “estado de alerta”, onde alma e corpo estão rígidos, ansiosos, podendo gerar crises de pânico, dores de estômago, intestino, costas e no corpo em geral.
Esses sintomas só irão passar se a pessoa encontrar uma nova pessoa para se relacionar e a pessoa passada passa a ser esquecida em segundos.
Se você se identifica com esses sintomas, busque ajuda terapêutica e os grupos anônimos como: Mulheres que amam demais, Homens que amam demais, Dependentes de amor e sexo anônimos – respectivamente MADA, HADES E DASA.
O amor real exige uma autoestima boa, filtrar quem eu quero ao meu lado, um bom relacionamento da pessoa com ela mesma (sozinha) e não gera abstinência em quebras amorosas.