por Arlete Gavranic
Não é raro receber depoimentos de homens que fantasiam e muito se excitam em serem dominados, não necessariamente uma dominação que envolva castigos ou punições físicas, como encontramos freqüentemente com pessoas que vivem relações sadomasoquistas, mas uma dominação sexual relacional; de serem seduzidos, surpreendidos, terem que ser obedientes aos desejos de suas parceiras.
Alguns podem gostar até de serem algemados, mas o que eles gostam mesmo é de uma mulher que chegue e mande, conduza o sexo do jeito que ela goste, tornando-o 'escravo' do seu prazer. Recebo e-mails do tipo: ‘Adoro aquela mulher decidida que chega e faz o que tem vontade, eu obedeço e tenho o maior tesão em me sentir sendo dominado por ela’; ‘É uma delícia poder ter alguém que conduza e não fique esperando que eu seduza, que eu beije, que eu acaricie e estimule, mas que chega e diz como quer ou então que já chega fazendo acontecer, comandando’.
Esses homens que adoram serem seduzidos e até submissos à mulher no ato sexual, querem quebrar o padrão educacional de que eles deveriam conduzir a relação sexual.
Você pode pensar que hoje tudo está mudado, mas em muitos relacionamentos a mulher ainda alimenta a expectativa e espera que seu parceiro conduza a relação. E quando o homem quebra esse padrão, teme que sua parceira o interprete como fraco, submisso ou ‘gay’. Muito freqüentemente recebo perguntas de mulheres se esse tipo de desejo de seus parceiros possa ser indicativo de ‘uma personalidade fraca’ ou de alguma outra anormalidade.
Fica aqui a dica, será muito saudável se homens e mulheres se permitirem viver seus desejos e fantasias sexuais sem tantos padrões pré-estabelecidos, mas centrados no tesão e no afeto da relação. Homens querem seduzir sim, mas também podem adorar serem seduzidos ou comandados. Aproveitem mais essa variação sexual.