por Marcelo Toniette
Resposta: Diante de mitos e tabus relacionados ao sexo, junto com tantas outras informações, técnicas, orientações, entre outros, você faz uma questão interessante: como isso tudo vai acontecer comigo? Isto é ótimo, pois mostra uma disposição de encontrar um sentido de tudo isso para a sua vida.
Infelizmente não existe uma resposta fechada, pois a experiência da primeira relação sexual varia de pessoa para pessoa, e cada uma terá uma experiência singular. Pode ser algo programado, pode ser algo que acontece à medida que você mantém um relacionamento afetivo com alguém, à medida que você e seu parceiro trocam carícias íntimas.
Várias podem ser as possibilidades. A possibilidade ideal é aquela em que você sente-se à vontade, e escolha vivenciar junto com seu parceiro.
Quando a experiência sexual ainda não aconteceu, é comum se associar a diversas informações vindas das mais diversas referências. Muitas vezes isso acaba funcionando como base para fantasias e mitos sobre o sexo e a sexualidade. Desse modo, o sexo pode ser associado com dor, sangramento, sujeira… Nem sempre isso acontece na primeira relação sexual. Tudo vai depender do grau de relaxamento e desejo de estar naquele momento com quem você ama. O sentir-se amada, o sentir-se à vontade, ajuda muito no início da vida sexual, e o sexo pode ser uma vivência positiva e gratificante.
Você pergunta como tem que ser a primeira vez. Primeiro é ter conhecimento sobre o próprio corpo e reconhecer em si o seu desejo de envolver-se sexualmente com alguém. Esta pessoa preferencialmente seria alguém que você tivesse confiança e afeto. Estar com alguém que você confie e tenha algum vínculo afetivo pode ajudar você a sentir-se mais à vontade. Lembre-se que é comum ter um alto grau de expectativa com relação ao desconhecido. Você ainda não tem registro da experiência sexual. A única referência é aquilo que você ouviu falar sobre sexo. Isto pode despertar os mais diversos sentimentos e emoções, desde as mais positivas até as mais negativas. A ansiedade e a tensão muitas vezes se fazem presentes funcionando como obstáculo para a experiência ou mesmo para o prazer, porém, isso tudo faz parte desse processo de aprendizado.
É importante se ter claro que ninguém nasce sabendo fazer sexo. Sexo é algo que é aprendido ao longo dos relacionamentos, da vivência pessoal. Muitas vezes a autocobrança em termos de eu-deveria-saber-tudo-sobre-sexo acaba atrapalhando todo o processo de aprendizado. A autocobrança não permite reconhecer aquilo que foi bacana e aquilo que poderia ser tentado de forma diferente em uma relação para ser mais prazeroso.
É hora de desmistificar um pouco o sexo. Sexo não se restringe à cópula. O sexo é algo mais amplo que se dá antes, na aproximação da parceria, no querer bem, no beijo, no abraço, naquela sensação de intimidade, de relaxamento… Conforme os parceiros sentem-se mais à vontade, o desejo aumenta, a excitação surge como resultado dos parceiros perceberem as sensações prazerosas geradas nesse encontro. A penetração propriamente dita será decorrente desse encontro, se os parceiros assim desejarem. É importante que a relação sexual não seja apressada. As carícias devem ser valorizadas a fim de viabilizar o relaxamento e a descontração na hora do encontro entre os parceiros.
Para finalizar, dois pontos importantes que não foram citados anteriormente: o diálogo entre você e seu parceiro é fundamental a fim de que troquem receios, expectativas, medos, ou mesmo a curiosidade. Lembre-se que o sexo é uma via de mão dupla, um compartilhar de percepções e de prazer. Outro ponto importante: conhecimento sobre a forma de utilizar o preservativo – também chamado de “camisinha” – pois trata-se de um recurso importante que não só evita uma gravidez não planejada como também evita o contágio por doenças sexualmente transmissíveis. Boa Sorte!
Atenção!
As respostas do profissional desta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um profissional de psicologia e não se caracterizam como sendo um atendimento