por Patricia Gebrim
Eu não sei quanto a você, que me lê aí do outro lado do monitor, mas eu fui criada ouvindo muitas estórias sobre pessoas que tinham (ou que não tinham) sorte. Como muitas crianças, eu mal podia ver um gramado e lá que me deitava na grama procurando um trevo de quatro folhas.
Confesso que tive pelo menos umas três ferraduras (não me lembro onde encontrei aquilo!) e sempre batia três vezes na madeira para afastar o azar e preservar a tão desejada ‘boa sorte’.
É… eu cresci e, entre outras coisas, virei escritora, o que me permite ter esta conversa com você neste exato momento. E você deve estar se perguntando o que direi em seguida. Afinal, a tal ‘sorte’ existe ou não existe? Bem, para matar de uma vez a sua curiosidade, aí vai a minha resposta:
Sorte existe.
E sorte não existe.
COMO ASSIM ???
Querido leitor… seja gentil e desculpe-me pela provocação, é que eu gosto de brincar com você de vez em quando, só para descontrair (e convencer você a não me abandonar no meio da leitura).
Para me redimir, vou tentar justificar minha ‘aparente’ incoerência. E para isso vou pedir que você, leitor, me acompanhe com leveza, sem se preocupar muito em encontrar certos e errados. Vamos brincar de: ‘e se fosse possível’.
Imagine a grande massa da humanidade hoje em dia. Veja, como se olhasse lá de cima, as pessoas indo para lá e para cá, trabalhando, comprando jornal, discutindo questões do dia a dia com sua família, viajando, fazendo, fazendo, fazendo… Eu sei… é cansativo.
Olhe com cuidado para tudo isso, que é o que as pessoas chamam de ‘realidade’. Os orientais falam mundo sobre o quanto a realidade é ilusória. Vale aqui uma reflexão: isso não quer dizer que a realidade não exista, e sim que ela acaba nos envolvendo como um véu que nos cega para o que é real. E muitos de nós vivemos assim.
Cegos para o que existe sob esses véus de ilusão, acabamos nos esquecendo de quem realmente somos. Acabamos esquecendo que somos pontos luminosos, luz de estrelas, brincando de ser gente de carne e osso. Acabamos nos esquecendo de que tudo isso ao nosso redor é uma grande brincadeira cósmica, e entramos de cabeça na brincadeira como se tudo fosse sério demais.
A verdade, para a maioria de nós, é que vamos vivendo e nos sentindo como se fôssemos folhas sopradas para lá e para cá por um vento que não depende de nós. Quando nos sentimos assim, percebemos os eventos de nossa vida como se fossem movidos por uma estranha força desconhecida e externa, que chamamos de ‘sorte’ ou ‘azar’.
E a folha diz:
“Que sorte, fui soprada em direção a esse lindo campo verdejante e fresco”
“Que azar, a droga do vento me soprou bem no meio dessa fogueira infernal de quente!!!”
Mas – e agora eu preciso que você voe comigo, leitor – e se eu lhe disser que nós não somos simples folhas levadas pelo vento? Imagine-se dando uma chacoalhada nessa folha que você é e descobrindo asas de borboleta se abrindo surpreendentemente ao seu redor. Uau!!!! Não somos folhas, somos leves borboletas (espero que vocês, leitores do sexo masculino, não se ofendam com a analogia!)
Na China, a borboleta é considerada um símbolo da alma. É também um símbolo de transformação – pense na magia da lagarta que ganha asas!
Bem, e se nós, que despencávamos do alto da árvore, folhas soltas ao vento, de repente nos descobrirmos capazes de voar? O vento continua soprando, tudo continua igual, mas podemos bater levemente nossas asas recém-descobertas e… eis que evitamos a fogueira.
– Sorte?
O que estou querendo sugerir é que quanto maior o nosso nível de consciência, mais nos tornamos capazes de criar a nossa própria vida. Menos nos sentimos dependentes de eventos externos que determinem nossa sorte ou azar.
Eu sei… eu sei… tudo isso pode estar parecendo filosófico demais.
O que eu quero dizer com tudo isso é que cada um de nós é uma fonte cocriadora de nossa realidade. E que a realidade que criamos está diretamente relacionada às nossas crenças.
Logo, se você, leitor, acreditar que os movimentos de sua vida são determinados por uma força externa a você, que você pode nomear de sorte, ou azar, eu lhe direi: você está correto, porque assim será para você.
Mas se você acreditar que sua realidade externa é uma criação que reflete o que se passa dentro de você, nesse caso você não precisará esperar por essa rajada fortuita de vento. Neste caso, eu lhe digo, você poderá bater suas asas em direção a uma vida mais feliz, criando assim a sua própria sorte. E tudo o que você tem a fazer é mergulhar dentro de você e acender a sua luz.
Eu sei que agora você deve estar pensando em como fazer isso. Vou tentar ajudar. O primeiro passo é ‘perder um pouco a sanidade’… (sem que sejamos um pouco ‘loucos’ nunca seremos sábios – existe um provérbio que diz mais ou menos isso). Bem, se você conseguir se soltar nessas idéias sem tanta rigidez, terá aí um bom começo.
Um próximo passo é usar a sua imaginação. A nossa imaginação é a ferramenta de criação de nosso ‘Eu Superior’ – clique aqui e leia mais. Em vez de ficar esperando a ‘boa sorte’ chegar, imagine-a, agora mesmo. Imagine as coisas como você gostaria que acontecessem. Imagine uma vida de sucesso, com harmonia, saúde, amor. Imagine que JÁ ESTEJA ACONTECENDO tudo aquilo que você gostaria que acontecesse.
Deixe-se envolver pela sensação gostosa que brota desse tipo de imaginação. Afaste os medos, as dúvidas. Seja como uma criança brincando. Ao fazer isso, você estará acendendo a sua luz. Estará intensificando em você aquilo que faz as coisas acontecerem.
Eu poderia tentar embasar o que digo com explicações quânticas sobre partículas, ondas e saltos quânticos. Eu poderia falar sobre o conceito psicológico das profecias autorrealizadoras. Eu poderia buscar muitas maneiras, mas… quer saber? Não ia adiantar nada!
A única coisa que pode fazer diferença nesse caso é a sua própria experiência. E só para provocar você, leitor, eu o convido (será que se eu o desafiar vai ser melhor?) a pelo menos tentar colocar em prática, e viver na sua experiência o que aqui sugiro. Que mal lhe fará?
Que mal lhe fará acreditar que as coisas não vem a você por acaso, ou sorte, ou azar? Que mal lhe fará tentar, nem que seja por uma semana, ‘enlouquecer ‘ um pouquinho e se acreditar cocriador de sua própria vida? Que mal lhe fará visualizar o que quer que lhe aconteça, como se assim estivesse escrevendo o seu próprio futuro? Que mal lhe fará sentir-se bem e poderoso? Que mal lhe fará tomar em suas mãos o seu destino?
Que mal lhe fará abrir suas asas e descobrir-se capaz de voar?