por Carminha Levy

Um dos mais requisitados poderes xamânicos é o dom adivinhatório. O xamã é o conselheiro da tribo e, além da viagem xamânica, utiliza vários ‘encantamentos’ para diagnosticar um problema e indicar uma solução.

Os processos adivinhatórios são os mais variados, desde a leitura das entranhas de pequenos animais (na qual não sou versada) à busca de visão, à trilha consciente, à consulta aos animais de poder, de cura, de sabedoria e sagrado e à leitura de pedras, entre outros.

Vamos falar então sobre os animais de poder. Veja abaixo o significado de algum deles de acordo com a filosofia xamã.

Suponhamos que você tem um problema e vai consultar o xamã de sua tribo. Após ouvir sua queixa, ele detecta que o problema pode ser resolvido através da sabedoria dos animais.

É indicado no trabalho xamânico, que se entre na questão que será trabalhada com a intenção clara e definida do que deseja, isso levará a pessoa a ter força de vontade suficiente para assumir a atitude a ser tomada, para a solução do problema.

Essa 'consulta' aos animais envolve um complexo ritual xamânico. Num dado momento, através da sabedoria dos animais você terá a a solução e cura para o seu problema, lhe trazendo uma grande lição sobre o que esta situação está lhe trazendo.

Segue aqui o significado simbólico de quatro animais

Mas não se esqueça: a verdadeira solução de qualquer problema passa pela mudança de sua atitude perante à vida. Tudo que for decifrado não surtirá efeito se você não cumprir a sua parte – mude!

Águia
 
Símbolo solar, consciência desperta, pai do Xamã que é filho de uma bela mulher, a Liberdade. A águia nos dá a visão de cima das situações; ensina que devemos ter em mente o que desejamos, e ir sem hesitação ao ponto de chegada, não importando a velocidade, mas sim a determinação em alcançar nossa meta e, após o resultado, devemos abrir mão do que perdemos para obter este resultado.

Raposa

Símbolo da adaptação, ensina o caráter mutável da natureza e dos elementos, a sabedoria da relatividade e o movimento da Roda da Fortuna, a dupla natureza de todas as coisas e diversidade que leva a encontrar as diversas saídas que a vida oferece. Pelo seu mimetismo, a raposa é a mãe do disfarce e da astúcia, arma poderosa de sobrevivência também na selva de pedra.

Coruja

Senhora da Iniciação, guardiã do outro mundo. Ela vê as intenções ocultas, o motor da mágica e a marcha do tempo. Símbolo de sabedoria, ensina a ver além das aparências, a enxergar no escuro e a confiar na intuição de nosso coração. Ela traz a força de conhecer os segredos do outro lado da vida, mundo dos sonhos dos homens e mundo da morte a que se chega em vida através das iniciações.

Serpente

Símbolo da regeneração, união dos opostos, morte e renascimento, troca de pele. A serpente é senhora das revelações divinas. Associada à morte e ao renascimento devido à troca de pele, é o símbolo da cura por excelência. Vamos encontrá-la no símbolo da Medicina – o caduceu de Hermes. Está associada também à tentação, pois no jardim do Éden seduziu Eva para esta comer do fruto do conhecimento. Ao fazê-lo, o homem e a mulher aprenderam a lidar com o bem, o mal e o orgulho, pois quiseram se igualar aos deuses. Com isso, a serpente trouxe a doença para a humanidade, mas também a possibilidade da cura, por dotar os homens com a Consciência. Ela é por isso, também a senhora do riso e da tragédia, da sombra e da luz, unindo sempre, por seu poder hipnótico, os opostos.

Outros você poderá encontrar em A Sabedoria dos Animais (Carminha Levy e Álvaro Machado, Editora Ground).