por Cristina Balieiro
Vivemos em uma cultura unilateralmente extrovertida, materialista, massificada e superficial.
Somos atropelados por um ritmo vertiginoso que quase não nos permite respirar; por uma enxurrada de informação que não conseguimos digerir e por um excesso de comunicação: redes sociais, celular, e-mails… que nos dificulta, sim, os encontros reais.
Vivemos tempos áridos, ferozmente competitivos, duros!
Precisamos urgentemente de mitos, ritos, poesia, beleza e de pessoas plenas de riqueza interior e de honra ao Mistério e ao Sagrado da vida. Estamos precisamos muito de ALMA!
Umas das coisas que podem trazer essa alma à nossa vida são os rituais.
Como toda linguagem simbólica, os rituais falam à nossa essência. E trazem, em seu nível mais profundo, esse Mistério que é o espelhamento do mundo interno com o mundo externo.
Não ter rituais torna a vida mais banal, sem graça e pobre. Ritualizar nossos momentos importantes, sejam felizes ou tristes, ancoram nossas experiências e dão força e significado a elas. Os rituais, mesmo os pequenininhos, ajudam a encerrar nossas vivências ou nos preparar para o novo.
Eles não precisam ser coletivos, nem inseridos na cultura. Podem ser absolutamente pessoais e singelos.
Pequenos ritos pessoais no dia a dia:
1. Acender uma vela para agradecer algo que a gente conseguiu ou resolveu;
2. Queimar algum objeto, para nós simbólico, para marcar com clareza o fim de algo que foi importante, mas que terminou;
3. Colocar flores em nossa casa para trazer beleza e perfume e nos dar um carinho em um momento de tristeza;
4. Tomar uma taça de vinho e brindar com a gente mesmo para celebrar um momento de conquista;
5. Comprar almofadas bem coloridas para trazer cor à nossa casa e à nossa vida e encerrar uma fase “cinza” que passamos;
6. Como os ritos são pessoais, você pode incorporar muitos outros do seu desejo…
Tudo isso é possível e simples de fazer; além proporcionar experiências novas e enriquecedoras.
Podemos usar nossa criatividade e nossa intuição, com plenitude e com a maior liberdade interna, para criar rituais que façam sentido para nós.
O importante é darmos a esses gestos nosso tempo, energia e atenção, sentindo no que fazemos, por mais simples que seja, inteiros – com corpo, mente e coração!
Experimente ritualizar o que você considera importante e veja como isso faz diferença, não no mundo concreto, mas dentro de você.