por Thaís Petroff
“Por isso cabe ao companheiro, à família e amigos darem suporte a essa mãe para que possa sentir-se mais segura…”
Quando uma mulher tem um filho, sua vida muda completamente. Ela deixa de ser uma pessoa independente e passa a ter alguém dependendo dela para tudo. Com isso, coisas simples para ela, como tomar banho, ir ao banheiro ou comer… tornam-se mais difíceis de serem feitas e, dependendo da organização e do suporte que ela tem, podem acabar influenciando seu humor.
Tornar-se mãe é o sonho de muitas mulheres mas, dependendo do contexto, essa situação, pode se tornar quase um pesadelo.
Quando a mulher engravida, há uma grande alteração em seus níveis hormonais, sendo que a taxa de alguns sobe vertiginosamente. Após o parto, essas taxas caem muito, fazendo com que de um momento para outro haja uma grande variação. Isso pode afetar o humor fazendo com que ela sinta-se triste por um período que vai de aproximadamente de três dias após o parto e até duas a três semanas. Esse evento se dá tanto por essa grande alteração hormonal, quanto pela mudança abrupta de rotina.
Passado esse período… tristeza, irritabilidade, angústia, entre outros sintomas, podem se manter, há o risco, tanto da mulher, quanto das pessoas à sua volta, acharem que isso é normal pelo estresse e correria do dia a dia ; e não darem a devida atenção. Nesse caso, pode ser uma depressão pós-parto que tenha aparecido e que pode cronificar-se pela ausência de tratamento.
Sim, as mães ficam cansadas, irritadas em alguns momentos, com menos disposição para fazer as coisas que gostavam de fazer anteriormente mas, se isso for rotina, já estamos falando de um problema psíquico que se instaurou e não mais somente de emoções pontuais e passageiras. Como o dia a dia é muito atarefado, as coisas podem se confundir e essa mãe pode estar em sofrimento sem bem ela mesmo se dar conta disso.
Por isso cabe ao companheiro, à família e amigos darem suporte a ela para que possa sentir-se mais segura nas suas funções maternas, bem como poder descansar e ter momentos de lazer. Se ainda assim, ela perceber essas alterações, cabe a ela relatar isso e buscar auxílio tanto psicoterapêutico quanto possivelmente de um psiquiatra.
Sintomas de depressão pós-parto:
– Tristeza constante, especialmente na parte da manhã e/ou à noite;
– Sensação de que não vale a pena viver e de que nada de bom vem pela frente;
– Sensação de culpa e de responsabilidade por tudo;
– Irritabilidade e falta de paciência com parceiro e filhos;
– Choro constante;
– Exaustão permanente acompanhada de insônia;
– Incapacidade de se divertir;
– Perda do bom humor;
– Sensação de não conseguir lidar com as circunstâncias da vida;
– Enorme ansiedade em relação ao bebê e busca constante por garantias, por parte de profissionais de saúde, de que ele está bem;
– Preocupação com a própria saúde, possivelmente acompanhada pelo temor de ter alguma doença grave;
– Falta de concentração;
– Sensação de que o bebê é um estranho e não seu próprio filho.
Além dos sintomas mencionados acima, é possível também vivenciar:
– Perda de libido;
– Falta de energia;
– Problemas de memória;
– Dificuldade para tomar decisões;
– Falta ou excesso de apetite;
– Noites de sono interrompido.
Se você é mãe com bebê até aproximadamente dois anos e se identifica com diversos itens, procure ajuda. É importante para você e seu bebê.