Situationship: você sabe o que é?   

Tem como sair de uma situationship e entrar no namoro? Saiba como lidar com essa modalidade de relacionamento. Veja falas comuns que podem surgir numa situationship.

Pergunta de uma leitora:

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“Eu sou uma garota que pertence à geração Z, que são os nascidos entre 1995 e 2010. Eu tenho 20 anos e nunca consigo arrumar namorado, só ficar… Vi na internet que as pessoas da minha geração só querem curtir o que está sendo rotulado de “situationship”, ou seja, que seria na prática ‘estar em uma situação’, que não é nem namoro, nem amizade. O que eles dizem é: ‘estou numa situação com ele(a)’. Como lido com isso… como saio de uma ‘situação’ para o namoro? Me ajuda! Pooor favor!”

Resposta: Olá. Talvez não dê para mudar essa situação atual, até porque quando as pessoas se apaixonam e amam, a relação se estende além de encontros casuais. De certa forma, podemos dizer que o padrão muda. Se você percebe que tem alguma possibilidade real da outra pessoa ter interesse em namorar, você poderia conversar sobre essa possibilidade com ela. Dizer por A + B sobre o seu interesse e perguntar o interesse do outro.

Se ele falar que não, você decide se quer manter essa relação ou muda para outra e já foca no objetivo, que é encontrar um namorado e não alguém casual.

Falas comuns em uma situationship

Cuidado com as falas ambíguas, pois elas normalmente nos prendem em relações e nos deixam confusos(as), exemplo:

– Eu gosto de você e gosto de sair com você, mas a gente precisa se conhecer mais profundamente.

Vamos lá: Para a pessoa dizer que gosta de você é por que ela já avaliou um tempo considerável. E se conhecer melhor é sair da “cama” e enfrentar as coisas do dia a dia, ir a eventos sociais, se relacionar com pessoas do nosso grupo etc. Logo, tá dizendo que gosta, mas não quer se comprometer seriamente.

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– Olha eu sou uma pessoa que não nasci para namorar, mas adoro ficar com você.

Essa frase é ótima, porque pode parecer que terá uma esperança no fim do túnel, e vem aquela sensação de que dá para virar o jogo. A pessoa literalmente tá falando que não quer namorar. A partir daí, você já tem escolha de ir ou ficar e tentar “reverter” algo que talvez seja impossível.

Esses são os tipos de frases que são ambivalentes, eu falo uma coisa e faço outra.

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Outro exemplo:

Se um dia eu chegar e falar:

– Olha, vamos amanhã ao cinema?

E você topar e eu furar com você. Ai invento uma desculpa qualquer (furou o pneu do carro) e você acredita em mim. Mas amanhã faço o mesmo convite e desmarco por outro motivo… E assim eu vou convidando e não indo.

Chega uma hora que você pensa: “Ah… ela está de brincadeira comigo. Não vou aceitar mais.”

É a mesma situação, mas como o seu interesse na relação por mim não é amoroso, é de qualquer outra natureza, fica mais fácil desistir ou pôr limites.

Quando a gente quer namorar ou gosta muito de alguém, é difícil pôr limite, pois como dizia o ditado: “A paixão cega, e aí a gente vai acreditando no que os olhos não querem ver.”

Então a dica é: fique esperta e mantenha seu objetivo.

Psicóloga Clínica, Psicodramatista pela Associação Brasileira de Psicodrama e Sociodrama (ABPS), cursando nível II e III na Sociedade Paulista de Psicodrama e Sociodrama (SOPSP) e Terapia de Casal no Instituto J L Moreno. Pesquisadora no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas FMUSP no PRO AMITI no setor de Amor Patológico e Ciúme Excessivo. Vice-presidenta da Associação Viver Bem