por Arlete Gavranic
Todos têm algum nível de insegurança, mas alguns sofrem em excesso, buscam uma perfeição idealizada e às vezes irreal. Isso pode trazer sofrimento ou atitudes questionáveis.
Embora dados da Sociedade Brasileira de Urologia indiquem que menos de 5% dos homens brasileiros tenham pênis pequeno, é grande o número de homens que sofre por insegurança em relação ao tamanho do pênis. O pênis é considerado pequeno quando possui menos de 7cm.
A maioria desses homens carrega conflitos desnecessários. Segundo a urologista e terapeuta sexual Dra. Sylvia Marzano, o tamanho do pênis do homem brasileiro varia de 12 a 16 cm com média de 14,1cm, e largura de 12 a 14 cm.
Muitos homens desejam um tamanho maior, como se fosse isso fosse garantia de masculinidade ou virilidade.
O que fazer se o pênis for realmente pequeno?
Segundo Sylvia, desde menino deve se ter o acompanhamento de um urologista, para acompanhar o desenvolvimento peniano. Nessa fase pode ser usada uma pomada com testosterona que pode estimular o crescimento do pênis, fase em que os testículos aumentam de tamanho, produzindo mais hormônios (androgênios – testosterona. Isso não se aplica aos homens após a puberdade, pois o jovem passa a produzir a própria testosterona. No entanto, não há como prever se esse pênis de fato irá crescer e o quanto irá crescer. Isso é um modo de fazer com que a criança que tenha um pênis pequeno na infância e pré-adolescência entenda que, quando chegar a hora e seus hormônios estiverem sendo produzidos pelos testículos e suprarrenais, o pênis irá crescer ou não, de acordo com a genética de cada um. Cada caso deve ser avaliado individualmente.
Outra fator que pode fazer com que o pênis pareça pequeno é a obesidade. O excesso de gordura oculta o tamanho do pênis, que poderá mostrar seu real tamanho, caso o homem emagreça e consequentemente perca gordura nessa região.
Mas se o pênis é um pouco mais grosso ou mais fino, se têm 11, 14, 16 ou 17 cm, não é isso que garantirá a esse homem que ele seja desejável e bom parceiro sexual. Mas muitos ainda buscam alternativas e acabam correndo riscos desnecessários.
Vão atrás de ‘aparelhos mágicos’ que prometem fazer crescer o pênis, ou ainda buscam cirurgias que soltam o nervo peniano e fazem o pênis parecer um ou dois cm maior, mas em contrapartida perdem a enervação de ereção. Ou seja, perde o ângulo de 90º, em geral, esperado numa ereção: o pênis fica rígido mas não completa a ereção. Mas essa cirurgia só seria indicada para casos específicos de micropênis. Fora essa cirurgia, não existe nenhuma outra técnica que possa aumentar o tamanho do pênis.
Outros tentam engrossar o pênis com injeção de gordura e outros recursos nem sempre saudáveis.
Mas se esse pênis for um pouco menor que a média do brasileiro, isso interfere no prazer?
Pode até prejudicar o prazer do homem, mas não pelo físico, mas pela angústia de pensar que possui um pênis menor do que ele imagina ideal, diz a urologista.
Já o prazer da parceira não ficará comprometido, pois o prazer do sexo envolve vários fatores: preliminares, desejo, entrega, interesse pelo parceiro e a própria vivência dela de conhecer os caminhos do prazer de seu corpo e do sexo.
Por outro lado, homens com pênis maiores podem ter a vaidade por conta de um falo grande, mas também vivem algumas dificuldades, pois muitas parceiras reclamam de dor ou desconforto na penetração. Uma dica importante para homens que têm pênis grandes não machucarem a parceira: é só penetrar devagar quando a mulher estiver bastante excitada e lubrificada.
Mas, existem mulheres que têm o intróito vaginal (entrada da vagina) que não está de acordo com a espessura do pênis do parceiro, e aí, a adaptação é realmente difícil, segundo Sylvia.
Os homens precisam acordar para a sexualidade como uma vivência emocional e de prazer no corpo como um todo. Explorar as sensações do seu corpo e aprender a promover prazer nas inúmeras áreas do corpo de sua parceira, pois o pênis não é o único ou necessariamente o melhor foco de sensibilidade de um encontro sexual, acredite nisso.
Outra preocupação é com a ereção… mas essa fica para o próximo artigo, ok?
Colaborou Sylvia Marzano: Urologia e Terapia Sexual – Diretora do Instituto ISEXP