por Nicole Witek
Uma empresa contratou 300 massagistas para aplicar massagem em seus funcionários. Todos os massagistas entram ao mesmo tempo no ambiente de trabalho e aplicam simultaneamente a massagem em 300 funcionários.
Para aliviar o estresse dos funcionários, as empresas estão buscando todos os recursos.
Segundo a International Stress Managment Association (ISMA), o estresse é o grande vilão que está por trás de 80% das consultas médicas, dores musculares, ansiedades, sintomas diversos de angústias geradas pelas mudanças rápidas, pelas situações novas, pelas revisões constantes das programações, além da pressão por resultados financeiros e acionistas cada vez mais vorazes.
Outros fatores estressantes são as novas tecnologias, que exigem uma revisão constante no modo de aplicar. Esse novo tipo de estresse começa a aparecer com um novo nome: tecnoestresse.
Mais um fator estressante é o tempo. Os prazos se tornam mais e mais curtos, difíceis de serem cumpridos. O tempo de adaptação encurta devido à concorrência, para se antecipar às mudanças do mercado globalizado.
Outro fator importante: a incerteza do dia seguinte. Essa instabilidade pode gerar mais pressão dependendo do papel, do cargo ocupado, da tarefa executada ou das metas estabelecidas.
Além dos fatores já mencionados, podem ainda ocorrer: conflitos entre colaboradores, fornecedores, cargas extensas de trabalho, isolamento, desinteresse profissional, reuniões excessivas, ambiente de trabalho, culto ao desempenho e falta de respeito.
Todos esses são eventos que colocam o funcionário em situação de emergência e, a longo prazo, a pressão constante pode ter consequências nefastas sobre a capacidade de adaptação do funcionário e sua eficiência no trabalho.
Voltando ao assunto inicial, será que propor 30 minutos de massagem vai modificar o estresse que o funcionário sente?
Com certeza será um momento gostoso, um break num dia carregado, um momento de relaxamento em meio a tantas responsabilidades e tensões. Com certeza a mente durante esse período terá tido umas férias… E depois?
As três fases do estresse
Depois…Voltar à realidade, ao posto de trabalho, ao estresse e as três fases como foram expostas pelo Dr. Seyle, em meados dos anos 50.
A primeira fase é de alarme, onde o indivíduo consegue dar conta. Ele alterna os desafios com o repouso.
A segunda fase é de resistência. O desafio perde o encanto e se torna estressante. As reservas energéticas se esgotam e os primeiros sinais patológicos aparecem, como ansiedade, falta de sono, etc.
A terceira fase é de esgotamento. O estresse se instalou cronicamente. Essa situação é a porta de entrada para todo tipo de doença.
As manifestações do estresse são ao mesmo tempo biológicas, comportamentais e psicológicas.
A massagem isolada vai permitir apenas a dissolução passageira de certas tensões físicas, mas não atuará sobre os padrões comportamentais e emocionais já cristalizados. Acreditar que aplicar uma massagem pode dissolver os problemas é ilusório, já que as tensões são psíquicas antes de serem físicas.
Resultado: o funcionário não aprendeu nada. Termina a sessão de massagem e ele volta para os antigos padrões de funcionamento físicos e psíquicos. Em poucas horas, o estresse de novo dominará.
Problemas de estresse se resolvem de dentro para fora
Os problemas de estresse se resolvem de dentro para fora, com a consciência de observar seus pontos frágeis e desenvolver um trabalho psicólogo consigo, para que os acontecimentos sejam percebidos com distanciamento, para que as emoções não abalem tanto.
Todas essas alternativas: massagem, tratamento psicológico ou qualquer outra ajuda com um profissional contratado, pode ser de grande valor num período difícil da vida pessoal e profissional.
O ideal é aliar o respaldo de um psicólogo que ajudará a perceber as situações que abalam o emocional e uso de técnicas integradoras para que o funcionário esteja em contato com seu interior, para que possa agir e decidir respeitando suas convicções mais profundas.
Que conjunto de técnicas podem proporcionar ao funcionário total independência, em qualquer lugar, em qualquer circunstância?
O yoga. Pois é um instrumento que abrange cada parte do ser e pode dar a independência total de trabalhar o corpo e a mente quando ele quiser, inclusive em situações de emergência, como no dia a dia no ambiente de trabalho.
É ainda um modo fácil e rápido de captar, armazenar e circular a energia. E precisamos reconhecer que a energia é o interface entre todos nosso níveis: mental, físico e psíquico. A circulação harmoniosa da energia ao longo da coluna vertebral possibilita o equilíbrio do sistema nervoso e emocional.
Respiração ampla e elástica, coluna vertebral flexível, equilíbrio dos eixos vertical e horizontal, treinando a concentração, abrindo caminho para a meditação: essas são as ferramentas para integrar as mudanças nos atos mais corriqueiros do dia a dia.
O yoga proporciona a integração entre todas as partes e resulta em um indivíduo integrado no meio em que vive: social, profissional e familiar. Sentindo-se integrado, é capaz de participar dos projetos com entusiasmo, criatividade, ousadia, equilíbrio emocional e ainda de manter a boa saúde.
Segundo a ISMA, funcionários estressados custam às empresas R$33 bilhões por ano em tratamentos e perda de produtividade. E com muito menos investimento é possível proporcionar a eles uma qualidade de vida profissional melhor, evitando todos os prejuízos que o estresse pode causar a uma empresa.
A prevenção é sempre mais importante que a cura.
A empresa que se propõe a investir na qualidade de vida dos funcionários consegue ter em seu quadro verdadeiros colaboradores, pessoas mais felizes, equilibradas e em condições de usar sua energia, produtividade, imaginação e criatividade.