por Arlete Gavranic
Mês de junho: mês dos namorados, de Santo Antonio e de outras comemorações.
Nesta época muitas pessoas se deprimem. A sensação de solidão para os que não estão acompanhados é muito grande diante do apelo de estar acompanhado e feliz.
Na mídia dicas de presentes sensuais, programas de jantares românticos, pacotes em motéis para uma comemoração inesquecível. E aí quem está sozinho (a) vive uma dupla frustração: a afetiva e a sexual. Isso influencia muito na baixa da auto-estima, em geral das mulheres, que se sentem como se estivessem inadequadas para viver uma relação a dois.
Nem sempre essa ‘inadequação’ ou ‘incapacidade para estar a dois’ é uma realidade. Vale ressaltar que as mudanças sócioeconômicas têm promovido muitas modificações no âmbito das relações, e nem sempre as pessoas se dão conta do quanto isso pode modificar relacionamentos afetivos–sexuais.
Hoje uma grande parte das mulheres trabalha e tem como se sustentar. Muitas vezes ganham mais que alguns namorados, ‘ficantes’ ou pretendentes.
Com isso, as mulheres têm desenvolvido padrões de comportamento mais independentes. Elas saem e compram o que têm vontade, planejam seus finais de semana, férias… Não muito raro investem em cantadas e convidam (ou se insinuam quase explicitamente) para uma saída ou viagem.
Muitos homens acham interessante conviver com essas mulheres, são amigas interessantes, descontraídas, financeiramente independentes e amantes sensuais e ativas no desejo e na busca de satisfação. Mas ao mesmo tempo que eles fogem das mulheres muito dependentes, pois são sufocantes emocionalmente e caras financeiramente, se intimidam quando pensam numa relação mais estável com essas mulheres modernas.
Será um ranço machista que os amedronta?
Não ter o poder de decidir e dar a última palavra, ou de ser o primeiro? Sexualmente muitos se intimidam, pois temem comparações, mas até quando? Então cada vez mais serão menos mulheres a serem conquistadas?
Aprender a dividir e a conquistar sendo conquistado pode ser uma interessante experiência. Mulheres modernas também gostam de serem seduzidas, de que alguém abra a porta do carro ou faça uma surpresa. A diferença é que elas também gostam de fazer isso para eles e não aceitam tantas desculpas esfarrapadas ou mentiras que em outros tempos eram obrigadas a fingir não perceber, para não perder o parceiro. Elas pedem transparência, não toleram mentiras e traem muito mais, principalmente, quando se sentem traídas.
E quem sofre por estar sozinho no dia 12. O que fazer?
Junte um grupo de amigos interessantes – até mesmo aquele (a) que pode estar disponível -, e promovam um encontro, num bar bem agitado, nada de lugares românticos para ficar curtindo dor de cotovelo! Ou se alguém se prontificar a ceder sua casa, agitem uma festa com música alegre, fantasia ou também pode ser uma sessão de DVDs de comédia, nada de romance e muito menos de drama. O que vale é não ficar sozinha (o) achando que só você não está acompanhado e se martirizando pela condição de solteiro.
Aliás, muitos são os motivos de várias pessoas que se gostam estarem hoje em dia optando por morarem em casas separadas, preservando o clima de namoro e minimizando o risco de rotina, da acomodação e da sensação de ter sua vida sob o controle do outro.
Antes só, do que mal acompanhado
O velho ditado é verdadeiro, antes só, do que mal acompanhado. Não vale a pena ficar sofrendo numa relação onde não haja admiração, companheirismo, diversão, partilha ou crescimento a dois. Se não for assim, é melhor estar só e no controle de sua vida, buscando amigos (as), ‘ficantes’, se desenvolvendo como pessoa e como profissional, conhecendo a si mesmo, o mundo e aprendendo a desfrutar de momentos prazerosos.
Afinal, o que é felicidade? A oportunidade de desfrutar consciente de momentos prazerosos, alegres e afetivos?
Pense nisso, e se você estiver sem acompanhante fixo no dia 12, reúna uma turma e comemorem o dia dos ‘solteiros’.