Sofre de insônia? Faça um relaxamento para pegar no sono

por Nicole Witek

Você sabia que dormir “simplesmente”, como se estivesse “apagando a luz” faz você perder um valioso tempo!

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Vou explicar isso um pouco melhor… Entrar no sono sem se preparar para ele é perder uma valiosa oportunidade para “dar uma mãozinha” a todos os processos de recuperação e de cura que o corpo instala durante o período de “perda de consciência”. Quando a consciência de vigília está desativada, toda essa energia pode ser canalizada para os processos de recuperação e de reajustes, em todos os níveis, tanto físicos como mentais.

Nós sabemos hoje, por exemplo, que as fases de sono profundo são indispensáveis para organizar o processo de memorização. Quem não dorme, enlouquece. É indispensável aprender a relaxar!

Portanto…

Relaxe!

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É indispensável relaxar no mínimo uma vez no decorrer do dia, mas melhor ainda seria entrar no sono relaxado e disposto a se fazer bem. Como?

Siga sistematicamente as diferentes etapas que vou descrever e memorize, para ser capaz de reproduzir esse processo de maneira relaxada.

1. Deite no seu tapete – de preferência evite a cama, pois é mole demais.

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2. Separe as pernas de maneira a sentir que a bacia está se “esparramando” no chão;

3. Abra os braços com um ângulo confortável, suficiente para sentir que os ombros ficam pesados, mantendo as palmas das mãos para baixo, em contato com o chão;

4. Feche os olhos.

Primeiro passo: lucidez

Tenha consciência do peso dos membros inferiores e superiores e avalie esse peso. Imagine que a perna esquerda esteja sendo suspendida por uma corda e levante-a 10 cm acima do solo – Por favor, apenas 10 cm. Faça pequenos movimentos alternados de baixo para cima, de cima para baixo. São apenas alguns movimentos, apenas o suficiente para sentir e tomar consciência da tensão daquele membro e depois relaxar. Depois "corte a corda", deixe a perna cair por seu próprio peso e abandone sua perna à força da gravidade.

Proceda da mesma maneira para a outra perna. Avalie o peso, deixe cair e abandone sua perna à força da gravidade.

Estenda o seu braço direito a uns 10 cm do solo, faça pequenos movimentos alternados, avalie o peso, abandone e entregue o braço à força da gravidade.

Levante somente o antebraço direito mantendo o cotovelo apoiado no chão e avalie o peso. Estenda a mão direta, e faça com que ela fique mole, como se fosse a patinha de um cachorro. Abandone o antebraço e a mão à força da gravidade.

Repita o mesmo processo com o braço esquerdo, etapa por etapa.

Agora levante os dois braços, um pouquinho só, como se fossem “parêntesis”, e abandone novamente os braços ao chão.

Apóie os ombros e as palmas das mãos no chão, tire os dois cotovelos do chão. Avalie o peso dos braços e abandone-os à força da gravidade.

Apóie-se nos cotovelos e na cabeça para tirar os ombros do chão, avalie o peso dos ombros e abandone-o à força da gravidade.

Sinta o contato do corpo com o chão: os calcanhares, as nádegas, os ombros, a cabeça, os cotovelos, as mãos… Avalie a densidade do seu corpo, se ele se tornou pesado? Isso quer dizer: relaxado.

A partir de agora se mantenha na imobilidade total!

Segundo passo: tranquilidade

Foque sua atenção nas tensões e leve-as para dentro dos membros, atraia-as para o coração e proceda da seguinte maneira:

Começando pela perna direita, tome consciência das pontinhas das unhas, das falanges, da parte de dentro do pé, do calcanhar, do tornozelo, da panturrilha ('batata' da perna), do joelho, da coxa e leve todas essas sensações em direção ao seu coração.

Focalize sua atenção no coração, imagine que as batidas do coração estejam apagando todas as sensações, todas as tensões da perna e depois, esqueça que esta perna existe.

Faça o mesmo procedimento para a outra perna, se conscientize da outra perna: unhas, falanges, interior do pé, calcanhar, tornozelo, panturrilha, joelho, coxa.

Mande as sensações e tensões para o espaço do coração. Focalize sua atenção nas batidas do coração, imaginando que ele esteja apagando cada sensação e depois, também esqueça essa perna.

Contraia a nádega direta, e solte. Contraia a nádega esquerda, e solte.

Gire sua atenção ao redor da bacia. Solte a musculatura, principalmente no nível da região lombar, amoleça a região abdominal, solte o ventre e deixe os órgãos internos “caírem” sobre sua coluna vertebral, solte a região do plexo solar (entre a boca do estômago e o umbigo)

Gire sua atenção em torno da caixa torácica, solte o peito, as costas e circule sua consciência dentro do braço direto. Como você fez para as pernas:

Começando pelas unhas, falanges, parte interna das mãos, punho, antebraço, cotovelo, o braço inteiro.

Leve as sensações e tensões para a região do coração, sinta as batidas do coração e imagine que o coração apaga todas as tensões enquanto você esquece do seu braço.

Agora fica até difícil localizar os seus membros no tapete. Isso é realidade, os membros ficam tão relaxados que não os sentimos mais!

Agora, solte os ombros, coloque um pouquinho mais o queixo para dentro, em direção ao peito, alongue a nuca no chão, contraia a musculatura do seu rosto e solte, franza a testa e solte. Libere o maxilar, deixe um espaço entre os dentes de cima e os dentes de baixo. Deixe a boca mole, solte os lábios e deixe-os ligeiramente entreabertos.

Deixe a língua solta dentro da boca, relaxe o nariz (trata-se de deixar os orificios – as abas das narinas – relaxar e abrir-se um pouco mais. Assim entra um pouco mais de ar; dizem 10% a mais); solte a região debaixo dos olhos, as maçãs do rosto, as pálpebras, os cílios, a testa, o couro cabeludo, as orelhas, as têmporas…
E fique na imobilidade total.

Terceiro passo: serenidade – relaxamento mental

Imagine o formato do seu crânio, sua espessura, sua dureza, em contraste com a matéria mole e elástica dos hemisférios do cérebro, banhados por sangue novo.

Compare sua tela mental a um palco de teatro no qual se deslocam personagens. Neste momento esses personagens são os seus pensamentos!

Comande para que esses personagens/pensamentos se afastem e se retirem do palco. Você quer uma imagem só: da tranquilidade.

Instale esse pensamento e afaste todas as outras imagens que poderiam se aproximar do palco.

Você é a tranquilidade e a partir desse momento, você não faz mais nada. Você simplesmente é. Como um espectador, disponível, transparente, porém sempre pronto e alerta.

Gradativamente, você desce no fundo de você mesmo, ouvindo o som interno da sua respiração, sentindo a maciez do seu ventre.

Deixe o fluxo e o refluxo acontecerem, liberando livremente cada parte do seu corpo das tensões. Seu corpo está respirando como ondas no mar e o vai e vem da respiração é libertador. Você é a tranquilidade, a clareza, a paz, a plenitude: a tranquilidade.

Voltar

Gradativamente o corpo volta à mobilidade. Sinta a vida em cada articulação, sinta a vida animando os dedos e as mãos. Abra os olhos devagar, deixando entrar um pouquinho de luz de cada vez. Avalie o milagre da simetria do seu corpo e como os membros estão impregnando de vida. Começa a mexer os cotovelos e joelhos, os membros, role a bacia no chão, para direta, para esquerda. Estique pernas e braços, alongue as pernas, alongue a nuca.
Alongue os braços atrás da cabeça, boceje. Coloque os braços novamente ao longo do corpo.

Sair do estado de relaxamento

Dobre e levante os joelhos. Coloque as plantas do pé no chão, afaste os joelhos e os pés, leve as mãos entre os joelhos esvaziando os pulmões, alongando a musculatura do pescoço para levantar a cabeça e os ombros. Não arqueie a região lombar, porém esvazie lentamente o ar dos pulmões, deixando sobrar ainda um pouco.

Volte novamente para o chão, alongue as pernas, relaxe o abdome, deixe o corpo suspirar, respire gostosamente… E levante suavemente.

Use este relaxamento, se for possível, uma vez ao dia e de maneira sistemática, antes de dormir para encorajar e acelerar os processos de recuperação e para, conscientemente, preparar cada parte do corpo a receber o equilíbrio necessário a nossa saúde cotidiana.

Acorde para o relaxamento, assim você precisará de menos horas de sono e ainda terá um sono muito mais reparador!