por Joel Rennó Jr.
“Já participei do Protoc do HC, tomei medicamentos, fiquei internada e com muita luta fui superando, mas nunca zerei meus pensamentos obsessivos. Agora está voltando as crises e estou desesperada. Parece que a medicina só pensa no físico, cada um diz uma coisa, estou ficando incapacitante. Não sei onde mais buscar ajuda. O senhor pode me ajudar?”
Resposta: O TOC é um transtorno de ansiedade caracterizado por pensamentos obsessivos.
Esses pensamentos são ideias persistentes e invasivas, impulsos ou imagens que ocorrem de forma devastadora na mente da pessoa, gerando muita ansiedade, sofrimento e angústia.
A pessoa portadora de TOC tenta ignorá-los ou eliminá-los através de ações que são intencionais e repetitivas, os conhecidos rituais que podem chegar a ser compulsivos. Geralmente reconhece que seu comportamento é excessivo ou que não há muita razão para fazê-lo.
As obsessões ou compulsões acarretam grande estresse, consomem tempo ou prejudicam bastante a rotina normal, o trabalho ou as atividades sociais e relacionamentos interpessoais. Há casos de pacientes que gastam mais de 8 horas diárias para a realização de rituais – leia mais.
O TOC pode ser decorrente de fatores genéticos, ambientais (infecção por bactéria streptococcus, estresse, trauma) e cerebrais (queda do nível do mensageiro químico cerebral serotonina).
Aproximadamente 2%, ou seja, 4 milhões de brasileiros, podem apresentar os sintomas do TOC durante um ano.
O TOC inicia-se em geral na adolescência e não há diferença entre os sexos.
O TOC é um transtorno mental crônico, portanto, há controle dos sintomas da doença e não propriamente uma cura. Há necessidade em muitos casos do uso de medicamento por toda a vida. O importante é a melhora da funcionalidade do paciente e a diminuição do sofrimento psíquico.
Além do tratamento medicamentoso, os trabalhos científicos indicam que a TCC (terapia cognitivo-comportamental) também possui eficácia no controle dos sintomas da doença.
Para mais informações, sugiro o excelente site da ASTOC (www.astoc.org.br).
Atenção!
Esse texto e esta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um médico psiquiatra e não se caracterizam como sendo um atendimento. Dúvidas e perguntas sobre receitas e dosagens de medicamentos deverão ser feitas diretamente ao seu médico psiquiatra. Evite a automedicação.