por Margareth dos Reis
"Estou casada há nove anos, não tenho mais NADA na vida sexual com meu marido há um ano. Não gosto nem de chamar de marido, me dá uma sensação muito ruim. Ele também não liga mais pra mim, mas também não tem coragem de pedir a separação. Enfim, já vivemos assim de uma maneira geral como amigos há três anos. O que eu faço? Não tenho coragem de me separar e nem de viver sozinha."
Resposta: Vamos começar pelo que diferencia um relacionamento a dois de outros que existem na vida das pessoas: o grau de intimidade entre elas.
A amizade compreende a intimidade, pois as pessoas costumam compartilhar suas vidas com os amigos, mas não o conviver intimamente como acontece na vida de um casal, sendo que este, também, envolve muito mais do que somente a disponibilidade para o sexo.
Estímulo para planejar um projeto de vida em comum e metas para alcançá-lo em conjunto, mais cumplicidade para as decisões completam a base para a satisfação de uma dupla amorosa. Assim, a chama da vida em comum pode até diminuir em determinados períodos da trajetória do casal, mas enquanto estiver acesa é recuperável. No entanto, quando o casal, pelos mais diversos enfrentamentos que a realidade exige da dupla, não consegue reconhecer, apaziguar ou encarar as suas dificuldades, o distanciamento pode tornar-se insustentável e/ou irreversível.
Será que a chama da vida em comum de vocês se apagou?
Essa pergunta deve ser respondida por cada um de vocês o mais breve possível. Ainda, somente o “teste de realidade”, ou seja, a constatação por meio de um diálogo a dois (entre vocês dois ou até mesmo mediado por um profissional especializado em terapia de casal), de que um dos dois desistiu da relação, os dois desistiram ou que ainda há alguma chance de levar o projeto de casamento adiante, e a avaliação de como tornar viável.
Seja qual for a resposta encontrada por ambos, somente essa resposta é que pode apontar para um caminho possível para vocês daqui para frente. Neste momento, pelo que descreve, vocês não estão vivendo nem como amigos e nem como casal, mas apenas como duas pessoas sem intimidade e sem coragem para assumir viver a vida (juntos ou separados) de forma plena e saudável.