Acaba de sair na revista Science: estudo feito em ratos revela que os sonhos podem ajudam o cérebro a apagar memórias inúteis. Porém, outra conclusão dos pesquisadores foi a de que o estudo pode ajudar também no tratamento da doença de Alzheimer.
Quando estamos dormindo, o cérebro realiza a faxina das memórias que vamos construindo ao longo do dia, quando estamos acordados. Ou seja, ele vai escolhendo o que é importante e o que pode ser dispensável. Embora o processo de esquecimento seja ativo, não temos informações suficientes desse processo que ocorre durante os estágios de sono.
Fase REM do sono
Durante o experimento científico, os pesquisadores observaram que durante a fase do sono chamada de Rapid Eye Movement (movimento rápido dos olhos, ou fase REM do sono), que como já é sabido, é a fase do sono em que grande parte dos nossos sonhos acontecem, algumas células nervosas especiais parecem também contribuir para o esquecimento.
Essas células especiais são conhecidas como Melanin-Concentrating Hormone (hormônio concentrador de melanina – MCH) e estão localizadas no hipotálamo, que é uma importante parte do cérebro, que entre outras funções, ajuda nas emoções, sono e apetite. Já era sabido que essas células ajudam a controlar os padrões do sono REM, ativando o neurônio do hormônio concentrador de melanina.
Um dos pesquisadores, Thomas Kilduff, relata que os resultados sugerem que ao ser disparado de um grupo específico de neurônios, durante o sono REM, esse disparo controla se o cérebro se lembrará de novas informações após uma boa noite de sono, e acrescenta que os resultados sugerem que os neurônios MCH ajudam o cérebro a esquecer ativamente informações novas e possivelmente sem importância.
O que significam esses achados?
Na prática, com os achados, a equipe espera que possa aprofundar os questionamentos e compreender a base neural do aprendizado e ampliar as pesquisas em neurociência por causa de suas implicações não só para a vida cotidiana, mas principalmente com as disfunções cognitivas como as que vemos no Alzheimer.
Mais informações: Science 20 sep 2019. DOI: 10.1127