por Roberto Santos
“Sabermos identificar o que desperta nosso estresse pode nos ajudar a evitar entrar no modo arrogante de nossa personalidade”
Tenho 26 anos, sou secretária executiva, faço faculdade à noite. Fui promovida há 5 meses. Agora tenho acesso e responsabilidades que me tornam uma pessoa requisitada. Tenho me sentido arrogante ao falar, principalmente quando conheço o assunto, gosto de transmitir o que aprendo. Mas sinto que isso cria um bloqueio nas pessoas à minha volta, como se as desmerece de alguma forma. Ou seja, como se tivesse xingando-as de burras. Gostaria que o senhor me indicasse um curso ou seminário que pudesse me ajudar a identificar erros na minha vida profissional.
Resposta: Puxa, que legal sua conscientização dessas tendências arrogantes e a preocupação em não deixar que isso atrapalhe sua carreira profissional. Isso sem dúvida é o melhor começo para fazer algo a respeito, pois os “arrogantes típicos” dificilmente reconhecem seus erros ou acreditam que possuam limitações de qualquer natureza. Há algum tempo, escrevi uma série de artigos sobre os “Descarriladores de Carreira” baseados em 11 tendências disfuncionais de comportamento mensuradas por um instrumento de avaliação psicológica de Robert Hogan. Uma delas é justamente o “Arrogante” – clique aqui.
Pontos fortes em exagero transformam-se em fracos
Uma forma de entender essas tendências é pensar em um ponto forte que exagerado revela pontos fracos. Por exemplo, a pessoa assertiva, segura de si, autoconfiante, que tem elevada auto-estima contará com essas características de personalidade ou pontos fortes para apoiarem seu progresso em sua carreira. Porém, o exagero dessas características se transformam em dificuldade de reconhecer erros e aprender com a experiência, além de narcisismo, prepotência, arrogância – como seu despertasse um “pinochetzinho” lá de dentro dizendo: “Você sabe como quem está falando?” ou “Você vai fazer assim e está acabado!”
Perceber situações de estresse ajuda a evitar atitude arrogante
O grande desafio é sabermos como evitar de cruzar a linha entre o ponto forte e o risco de descarrilamento profissional. Uma pista: esses “exageros” de algo positivo costumam se mostrar quando estamos sob estresse, como quando nos sentimos “avaliados” pela nossa promoção mais recente.
Portanto, sabermos identificar o que desperta nosso estresse pode nos ajudar a evitar entrar no “modo arrogante” de nossa personalidade.
Feedback para calçar as “sandálias da humildade”
Além disso, pedir feedback para outras pessoas sobre como nos comportamos em situações desse tipo, ajudam a refinar nossa autopercepção e regular como nos apresentamos. Pedir feedback desse tipo pode não ser a coisa mais fácil para os arrogantes, mas aí é que se começa o exercício de calçar as “sandálias de humildade”, certo?
Sugiro que você procure em outros artigos da coluna de ‘Gestão Pessoal’ – clique aqui – e procure o livro: “Por que os Executivos Falham” de Peter Cairo e David Dotlich que traz um capítulo sobre esse risco de descarrilamento de carreiras.
Esta coluna trata exclusivamente de ASSUNTOS PROFISSIONAIS, pedimos a gentileza de enviar somente perguntas pertinentes a este tema.