por Margareth dos Reis
"Meu marido sempre pede para fazer sexo oral nele primeiro e em mim ele nem toca. Depois de tanto tempo assim, acabo fazendo ele gozar e nem me dou ao trabalho de tirar a roupa. Depois me masturbo sozinha. O que faço? Estou muito triste com essa situação e por várias vezes reclamei, mas nada muda."
Resposta: A pergunta é a seguinte: você não consegue ter orgasmo com o seu marido, mas consegue quando se masturba longe dele? Vou considerar que seja esse o seu caso.
Imagino que você tenha iniciado a vida com ele esperando ter essa experiência de prazer a dois. Não conseguiu então reclamou. Por não ter sido atendida, você decidiu ajudá-lo a ter prazer sexual, como se estivesse apenas prestando um favor a ele, e depois você resolve o seu prazer com você mesma.
Veja que, apesar de vivermos em uma época de maior liberação sexual, os desencontros de expectativas ainda atrapalham muito no momento de intimidade.
É preciso identificar os fatores que interferem na satisfação do casal para poder corrigi-los.
No que tange ao seu relacionamento, o que você acha, por exemplo, que o seu marido entendeu a respeito das suas reclamações sobre o comportamento dele na vida íntima de vocês?
Você sabe se para ele está tudo bem receber os seus cuidados para "gozar" o prazer sexual sem que isso inclua a sua participação no sexo?
Ele sabe que você cuida do prazer sexual de cada um de vocês separadamente e que isso te entristece?
O sexo deve ser considerado um processo contínuo de descobertas individuais e na vida a dois. Todavia, não é incomum o constrangimento entre duas pessoas para falarem sobre assuntos sexuais. As mulheres até costumam expressar mais as suas frustrações sexuais com seus parceiros, mas nem sempre conseguem passar suas mensagens de uma forma que estimule seus parceiros a agirem de maneira mais positiva.
O que sabemos de fato é que não existe uma fórmula pronta para todos os casais sexualmente disfuncionais.
Para estreitar os laços entre o casal, é preciso aprender a falar e a ouvir sobre desejos e vontades na vida compartilhada. A menos que falte disposição para esse aprendizado, todo pequeno experimento é válido para mudar o que não funciona bem por uma abordagem de aproximação mais saudável.