E-mail enviado por um leitor:
“Doutora, vim aqui, porque estou em uma “guerra” interna. Sou casado há 10 anos, amo minha esposa, ela é do jeito que eu gosto; o estilo do seu corpo e como se produz, tenho muito tesão por ela e escuto que satisfaço ela na cama. Sou homem, e como qualquer um, comecei a me masturbar na adolescência. Depois do casamento continuei a me masturbar, mas isso incomoda minha esposa. Ela fica triste e acha que não tenho interesse nela, ou que sou safado e busco outras coisas. Já houve inúmeras brigas a respeito disso, mas o fato é que ela já me pegou no ato, ao seu lado, enquanto ela dormia… Isso a magoou muito e ela diz que não consegue entender e disse que precisa se retirar. Estou arrasado, porque me sinto mal, sujo por ter me masturbado, culpado. Não sou viciado e tento evitar muitas vezes, mas muitas vezes eu acabo me masturbando, mas acredito que na média dos 99%, dos homens que fazem, eu li aqui em seu site, que a masturbação é algo normal pro homem, pela testosterona e tudo mais… O que quero saber é se eu realmente estou errado quanto isso, ou se minha esposa está exagerando?”
Resposta: Cabe realçar que não somente homens casados, mas também mulheres casadas se masturbam sem que essa prática tenha algo a ver com a falta de interesse pela outra pessoa da relação.
Como uma experiência ao “alcance das próprias mãos”, a masturbação pode ser apenas uma forma diferente de relaxar e de se obter o prazer sexual. Mas, quando esse hábito interfere no clima a dois por falta de compreensão desse significado pela parceria, é preciso alinhar os conceitos na vida em comum.
Conceito de quem está ‘certo’ ou ‘errado’ gera desconforto
Assim, a resposta para o sofrimento de ambos não se resume em descobrir quem está certo ou errado nessa situação. Até porque, nessa linha, quando um se coloca na posição de quem está certo o outro lado ocupa a posição de quem está errado gerando desconforto mútuo.
Não obstante, vocês podem observar em que circunstâncias da vida compartilhada, fora essa, vocês funcionam bem como casal para criarem um sistema conceitual comum que funcione também para tratar desse assunto específico. Ou seja, procurem valorizar primeiramente o que os aproxima para então abordar a temática masturbação como uma prática que não precisa, necessariamente, provocar mal-estar nem atrapalhar o relacionamento conjugal.
Caso a dificuldade nesse tema persista busquem ajuda de um(a) psicoterapeuta de casal especializado(a) em sexualidade para que vocês possam encontrar juntos uma sintonia erótica na convivência a dois.
Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo e não se caracteriza como sendo um atendimento.