por Eduardo Ferreira Santos
“Sou um tipo de pessoa muito explosiva, tipo explosivo ao extremo, mesmo a ponto de magoar pessoas, quebrar objetos, socar parede, essas coisas… Faço isso e depois me sinto muito mal com um grande arrependimento. Já tentei me controlar e não consigo. Por isso, estou buscando ajuda. Sou um tipo de pessoa também sensível que qualquer coisinha eu já me ofendo e fico triste. Também choro com facilidade. Gostaria muito de sua ajuda. Desde já, agradeço.”
Resposta: Nas questões de comportamento é muito difícil fazer um diagnóstico e propor um tratamento apenas por uma “fotografia momentânea” do que se passa com a pessoa.
O ideal é consultar um especialista (psiquiatra ou psicoterapeuta) para que se possa avaliar o “filme” todo da vida da pessoa.
Em todo o caso, pelo que você descreve, a primeira hipótese a se considerar é de um “Transtorno de Personalidade com instabilidade Emocional” que se caracteriza, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) por:
– tendência nítida a agir de modo imprevisível sem consideração pelas consequências;
– estado de humor imprevisível e caprichoso;
– tendência a acessos de cólera e uma incapacidade de controlar os comportamentos impulsivos;
– tendência a adotar um comportamento briguento e a entrar em conflito com os outros, particularmente quando os atos impulsivos são contrariados ou censurados.
O tratamento ideal é uma boa psicoterapia com a utilização de psicofármacos que controlam esse tipo de “epilepsia emocional” (como a Lamotrigina, Topiramato etc.)
Há muito tempo, esse quadro era considerado como resultado de uma “Disritmia Cerebral” ou “Disfunção Cerebral Mínima”, mas esses diagnósticos saíram de uso, embora o tratamento conjunto de psicoterapia e anticonvulsivantes leves costumem dar bons resultados.
Enfim, procure um bom e experiente psiquiatra/psicoterapeuta. Ele saberá diagnosticá-lo com precisão e medicá-lo de forma adequada.