por Anette Lewin
"Olá, meu nome é *Denise e tenho 21 anos. Sinto-me infeliz e desequilibrada. Isso reflete principalmente na minha relação com meu marido. Sou possessiva, controladora e acabo agindo por impulso… Quando percebo que não estou no controle, acabo ofendendo. Isso está acabando com meu relacionamento. Eu brigo por tudo e sou desconfiada. O que devo fazer?"
Resposta: Você está bem consciente do seu problema, isso ajuda bastante! Saber que o problema está conosco e evitar despejá-lo no outro é uma atitude amadurecida que permite uma reflexão melhor e uma resolução mais eficaz.
Com relação ao seu temperamento impulsivo, seria importante, num primeiro momento, você observar se realmente existe sempre um conflito externo detonando esse comportamento. Às vezes simples fatores internos, como TPM por exemplo, podem ser os maiores responsáveis por uma irritabilidade exacerbada. Em seguida, caso você não consiga associar todos os seus "estouros" a uma causa externa específica, seria adequado descartar outras possiveis causas orgânicas.
Disritmias (desorganização das ondas elétricas do cérebro) e depressão, por exemplo, são causas orgânicas que frequentemente podem estar associadas respectivamente a altos níveis de impulsividade e irritabilidade. Nesses casos uma consulta com neurologista ou psiquiatra pode ser útil.
Descartadas todas essas hipóteses, se você concluir que sua impulsividade realmente está vinculada aos momentos em que você é contrariada, seria importante você começar a descobrir novas formas de comportamento que evitassem essas reações que tanto atrapalham seu relacionamento. A essa altura dos acontecimentos você já deve saber quais são os temas "perigosos" da relação, não é? Temas em que há divergências que geram briga…
Evite entrar nesse tipo de discussão para dizer coisas que já disse e ouvir coisas que já ouviu. Tente manifestar-se apenas se tiver algum argumento diferente ou um fato novo. Nada pior do que ficar arranhando um relacionamento com repetições inócuas e irritantes tanto para você quanto para seu marido.
Outra atitude saudável é fazer algum tipo de atividade física que ajude você a canalizar sua energia para algo útil ao invés de represá-la e acabar estourando nas horas erradas.
Já que você reconhece que é possessiva e controladora tente encontrar atividades em que possa exteriorizar essas tendências de forma produtiva; encontre algum grupo em que possa exercer a liderança, direcione esse controle para atividades profissionais em que essa característica é bem-vinda. Enfim, evite disperdiçar energia em confrontos inúteis.
Se depois dessas tentativas você sentir que não consegue sair do lugar, procure uma terapia. Isso poderá ajudá-la a conhecer-se melhor e encontrar dentro de você mesma recursos para adquirir um controle maior sobre seus impulsos.
* O nome da pessoa que enviou o e-mail é fictício.