por Roberto Goldkorn
Quantas vezes você já ouviu alguém dizer: “Quero ter o meu cantinho, com a minha cara!”
Isso é inevitável. Mesmo quando não temos a intenção de colocar a nossa cara em nossa casa, isso acaba acontecendo. Nem sempre porém, vamos ver os sinais explícitos dos habitantes em sua habitação.
Mas sempre veremos programas psíquicos mais ou menos profundos projetados em cada canto da casa. Desde a decoração ou a falta dela, na bagunça ou na arrumação perfeita, nas cores, na iluminação… Enfim, em tudo e cada coisa podemos ler e ver os moradores da casa retratados ali.
Segundo o feng shui (medicina da habitação) a própria escolha de uma moradia já obedece a pulsações do inconsciente individual.
Podemos dizer que no fim acabamos escolhendo o ambiente que vamos morar, mas não apenas aquela escolha deliberada de quem procura nos anúncios classificados a sua casa. Escolhemos a moradia motivados também por fatores inconscientes e isso vai fazer toda a diferença. Também escolhemos a decoração, a mobília (e a maneira como dispomos essa mobília), o cuidado ou a falta de cuidado com a manutenção do imóvel e nele colocamos o nosso verdadeiro Eu.
Por isso cada habitação é uma assinatura de seu habitante, e como tal pode ser “lida”, interpretada, e acaba reforçando as características daqueles que ali habitam.
A medicina da habitação é a arte/técnica de ler esses mapas arquitetônicos e “curá-los” sempre que ofereçam riscos para os seus habitantes. Mas, dirão vocês, se a minha casa é o reflexo do meu Eu profundo se eu “curá-la” não vou exercer uma influência sobre o meu Eu?
Claro que sim, e essa é a ideia.
Uma pessoa que está com a vida bagunçada, chega sempre atrasada em seus compromissos, perde prazos e não cumpre o prometido, deve ter a casa que reflete e reforça esse traço de sua personalidade. Em geral os móveis estão “amontoados”, estreitando os poucos espaços, obrigando o indivíduo a se esgueirar, esbarrar e fazer contorcionismos para chegar de um ponto ao outro. Pode ser que haja bagunça, que a roupa de cama esteja acumulada para ser lavada e as panelas do começo da semana estejam empilhadas sobre a pia. Essa desordem criada sem que ele percebesse, acaba emitindo uma energia de bloqueio que vai reforçar os traços de sua personalidade conturbada.
Assim se dá um casamento simbiótico, ou como se dizia antigamente “junta-se a fome com a vontade de comer”.
Já uma pessoa com a vida amorosa vazia (solidão) vai arquitetar uma casa onde o quarto de dormir terá uma tendência para tons de azul, arrumação impecável, excesso de “coisinhas” e pouco espaço de circulação.
A casa onde moramos conta a nossa história ao mesmo tempo que a escreve. Ela sublinha ou coloca em negrito os aspectos mais pronunciados de nossa personalidade ou escancara as nossas lacunas e buracos negros.
Olhem com atenção para a sua casa. Sua vida social está minguando? Veja se o sofá não está de costas para a porta principal. O dinheiro nunca chega? Observe a relação do fogão e da geladeira, e a bagunça que está a sala. As doenças vivem apoquentando seus filhos pequenos? Observe se a cama deles está com os pés voltados para a porta do quarto ou encostada no banheiro.
Nossa casa fala, reage e interage conosco o tempo todo através de cada aspecto de sua estrutura interna e externa.
Cada vez mais nos aproximamos do conceito da casa viva, da habitação como um elemento pulsante, carregado de energia que está lutando a nosso favor ou contra.
Saúde e doença, riqueza ou pobreza, amor ou desamor, tudo isso pode estar projetado nos muitos itens que compõem a nossa casa. Sugiro a todos para serem mais observadores desse espaço único onde habitam. Informem-se mais e melhor sobre como a habitação seja ela luxuosa ou simples pode estar contribuindo, de maneira positiva ou negativa, para o seu projeto de felicidade.