Sucralose:  estudos recentes sobre o adoçante

A sucralose é um adoçante artificial, 600 vezes mais doce que o açúcar, autorizado mundialmente e amplamente utilizado em alimentos, bebidas e medicamentos; mas seu consumo pode ser tóxico

A sucralose se acumula nas águas superficiais e está presente até na água da torneira.Muitos estudos preocupantes têm sido publicados, e de acordo com um deles (J Toxicology & Environmental Health 2023), a sucralose é capaz de danificar o DNA celular, que contém o código genético e controla o funcionamento do corpo. Esse é um problema sério que pode levar a vários distúrbios na saúde.

Genotoxicidade

Genotóxico é o termo técnico para algo que causa dano ao DNA, e o estudo analisou especificamente a sucralose-6-acetato. Esse composto químico está presente junto com a sucralose nos produtos adoçados.  A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar tem um limite toxicológico para todas as substâncias genotóxicas – 0,15 microgramas por dia. 

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Sucralose-6-acetato 

A quantidade residual de sucralose-6-acetato em uma única porção (300 ml) de bebida adoçada com sucralose já excede esse limite – 4 vezes ou mais! Sucralose-6-acetato está presente nas bebidas, e também é produzida no estômago como metabólito, só que esta quantidade não é contabilizada no limiar toxicológico. A sucralose é feita a partir de uma versão ajustada de sucralose-6-acetato, sintetizada do açúcar comum adicionado de 3 moléculas de cloro.

Genes que induzem inflamação    

Testes em células humanas de sangue e da parede intestinal confirmaram o mecanismo genotóxico, além de mostrarem aumento na expressão de genes ligados à inflamação, estresse oxidativo e câncer. Além disso, o revestimento do intestino também é danificado, tornando a parede do intestino mais permeável. A sucralose-6-acetato desorganiza as ‘tight junctions’, onde as células intestinais se conectam firmemente umas às outras. Um intestino que vaza (‘leaky gut’) deixa alimentos parcialmente digeridos e toxinas se infiltrarem na corrente sanguínea, causando sérias alterações na saúde geral.

Estudos publicados em 2023

Só neste ano já há grande quantidade de material de pesquisa publicado sobre sucralose. Aqui estão alguns deles.

Environmental Monitoring & Assesment 2023: Rastreamento de águas residuais humanas em riachos de ilhas tropicais havaianas: a sucralose não é destruída na passagem pelo intestino humano, fossas, sistemas sépticos ou instalações de tratamento de águas residuais, tornando-se um poluente persistente.

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J Toxicology & Environmental Health 2023: Sucralose-6-acetato estimula a expressão de genes no epitélio intestinal associados com inflamação, estresse oxidativo e câncer, e danifica o revestimento do intestino.

Nutrients 2023: Quatro adoçantes (acessulfame, ciclamato, sacarina e sucralose) atravessam a placenta e estão presentes na circulação fetal e no líquido amniótico.

Biomedicines 2023: Recém-nascidos de mães que consumiram sucralose durante a gravidez são mais pesados e exibem marcadores de alteração metabólica e inflamação sistêmica de baixo grau.

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Nutrients 2023: Ingestão crônica de sucralose causa alterações no fígado e induz resistência hepática à insulina.

Nature 2023: A sucralose é um modulador negativo das respostas mediadas por linfócitos T, células do sistema imunológico.

Advances in Nutrition 2023: O consumo de bebidas com sucralose (e outros adoçantes) foi associado a um maior risco de obesidade, diabetes, mortalidade por todas as causas, hipertensão e incidência de doenças cardiovasculares.

Diabetes Care 2023: Associações positivas entre a ingestão de adoçantes artificiais e o aumento do risco de diabetes evidenciam que esses aditivos não são alternativas seguras para o açúcar.

New England Journal of Medicine 2023: Uma recomendação provisória da OMS contra o uso de adoçantes artificiais para controlar o peso corporal é apoiada por estudos pré-clínicos que mostram efeitos negativos na imunidade e na saúde cardiovascular.

Mais estudos

Para quem tiver interesse, este é o link para pesquisas publicadas sobre sucralose somente em 2023. *pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=sucralose&filter=years.2023-2023

Médica especializada em Nutrologia. Membro da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia. Pós-graduada em Terapia Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de Homeopatia. Membro Titular da Sociedade Médica Brasileira de Intradermoterapia. Consultora com atuação em Nutrologia e Medicina Ortomolecular. CRM 52 301716 www.tamaramazaracki.med.br