por Gilberto Coutinho
Este e o segundo texto de: Superguia sobre meditação. Para acessar o primeiro – clique aqui
8) É possível prevenir e combater doenças através de prática regular da meditação?
Resposta: Sim. Os benefícios são reais, principalmente quando a meditação é associada à prática regular do yoga.
9) Por que a meditação se faz tão importante nos dias de hoje?
Resposta: Pelo ritmo de vida estressante e pelos problemas atuais do mundo contemporâneo (mudanças climáticas, destruição ambiental, crises políticas e sociais, instabilidade econômica, etc.), os seres humanos se predispõem cada vez mais a problemas como: insegurança, ansiedade, irritabilidade, nervosismo, tensão, dores generalizadas, agressividade, intolerância, angústia, depressão, neuroses, tristeza, problemas de ordem emocional, hipertensão arterial, enxaqueca, cardiopatias, insônia, etc. A prática regular do yoga e da meditação (Dhyána) são excelentes e efetivos remédios naturais que muito podem prevenir e combater todos esses males que afligem o corpo e a mente.
10) O que acontece com o cérebro e o organismo durante a prática de meditação?
Resposta: Durante as diferentes atividades das células nervosas (neurônios), o cérebro produz quatro tipos de ondas eletromagnéticas, que podem ser medidas através de aparelhos como o eletroencefalograma (EEG); são elas: Beta, Alfa, Teta e Delta. As freqüências dessas ondas são medidas em ciclos por segundo ou Hz (Hertz).
Cada pessoa apresenta um padrão e ritmo de ondas cerebrais. As ondas bioelétricas cerebrais alteram de freqüência, baseando-se na atividade dos neurônios e encontram-se relacionadas com as mudanças dos estados de consciência (trabalho, atividade física, sono, relaxamento, concentração, meditação, etc.). No estado de vigília, durante as atividades corriqueiras, como estudar e trabalhar, o cérebro produz ondas de baixa voltagem do tipo Beta – ritmo rápido e irregular (com 14 a 30 ciclos por segundo).
SERENIDADE – Durante o estado mental de serenidade e concentração, os neurônios produzem um tipo de onda cerebral diferente, conhecida como Alfa – muito mais lenta, rítmica, estável e de mais amplitude ou energia (cerca de 8 ciclos por segundo). Durante a meditação (Dhyána) profunda e prolongada, as ondas Alfa são gradualmente transformadas em ondas mais lentas, amplas e poderosas do tipo Teta (4 ciclos por segundo).
Hiperconsciência e felicidade
Nesse estado de hiperconsciência, a mente é inundada de paz, felicidade e “insights” criativos, por se aproximar do limiar da freqüência da consciência cósmica (do universo). À medida que a meditação torna-se cada vez mais profunda, as ondas cerebrais desaceleram ainda mais, passando para o ritmo de ondas Delta (1 ciclo por segundo), estado compreendido como samádhi. Em decorrência da drástica mudança do estado das ondas cerebrais, ocorrem no organismo diversas e relevantes alterações psicofisiológicas. A questão 6, acima descrita, também ajuda ao leitor compreender as alterações que podem ocorrer no corpo humano.
11) Quais as metas que os yogues buscam alcançar durante a prática de meditação?
Resposta: Acalmar a mente, obter o controle respiratório, desenvolver o poder de concentração, alcançar o estado de completa supressão da instabilidade da consciência e a sua iluminação (samádhi) e, conseqüentemente, o mais elevado dos quatro objetivos humanos, a sua libertação (moksha).
12) A história de Gautama Buddha mostra que, além da meditação, ele também praticava yoga?
Resposta: Sim. Há registros de que Buddha, durante sua vida, estudou e praticou a filosofia do yoga e teve dois grandes mestres yogues: Arada Kalapa, de Magadha, e Rudraka Ramaputra, da cidade de Vaishali. Consta que ele tenha nascido no ano de 563 a.C. e morrido aos 80 anos de idade. Durante a sua peregrinação rumo à libertação (moksha) e à iluminação de sua consciência, Buddha tornou-se um exímio yogue e, através de sua infinita persistência, disciplina e compaixão, alcançou o estado de samádhi, numa noite de lua cheia do mês de maio, sentado numa posição yogue com as pernas cruzadas, sob uma figueira – conhecida como a árvore Boddhi (árvore da iluminação), próximo da cidade de Uruvela em Magadha (Bihar).
13) Qual o melhor horário para a prática de meditação?
Resposta: Na Índia, o melhor horário é conhecido como Brahma-muhurtha (período considerado sagrado, durante o alvorecer, entre 04h00 e 06h00, manhã). Esse tempo é recomendado no Yoga como sendo o mais favorável à prática de meditação, pois a mente encontra-se muito sutil. Alguns yogues consideram o período de 04h30 h às 04h50, manhã, como sendo o melhor horário para se meditar.