por Renato Miranda
Este é o primeiro artigo de uma série de três sobre as metas reais e irreais no esporte.
Quando o esporte entra na vida das pessoas ainda em tenra idade, por volta dos 12 anos e às vezes um pouco mais cedo, dependendo da modalidade e das influências do meio ambiente em que se vive, é freqüente o despertar de possibilidades de fazer da prática esportiva um meio de ascensão social ou de realização de sonhos diversos.
Ao falar que o esporte entra na vida das pessoas, não estou dizendo somente daqueles que por ventura estão no início da experiência esportiva, mas também da família, principalmente pai e mãe. São vários os aspectos de estudos e discussões a respeito desse tema, mas hoje tratarei de abordar o caso de crianças e adolescentes que ao possuírem, algumas qualidades físicas que chamam a atenção dos adultos, como alta estatura, ótima definição muscular, agilidade e, além disso, entre outras qualidades são bastante resistentes aos esforços.
Por outro lado, esses iniciantes no esporte possuem características psíquicas que impressionam muita gente (principalmente a família): fazem atividades físicas e esportivas com grande concentração, estão sempre motivados a exercitar o corpo, resistem às possíveis tensões da prática esportiva e sentem prazer constantemente quando são exigidos diante tarefas diversas.
É natural, portanto, que os pais se encham de orgulho, alegria e vislumbrem um possível futuro de profissionalismo e não muito raro, sucesso, fama, dinheiro e tudo o mais que o esporte competitivo pode proporcionar. Acontece que entre o potencial psicofísico da criança e/ou adolescente e a consagração desse potencial em sucesso esportivo há uma distância muito grande.
Variáveis
Por mais que as condições psicofísicas desses novos esportistas encham os olhos de pediatras, pais, professores etc., temos de considerar que diversas variáveis influenciam e poderão determinar o futuro esportivo dos garotos e garotas com potenciais atléticos. Ademais, algumas considerações a respeito da prática esportiva também deveriam ser levadas em conta.
Primeiramente muita calma ao avaliarmos o potencial psicofísico do (a) jovem (que está intimamente ligado à herança genética dos pais), pois, não basta um corpo atlético é preciso que esse corpo seja adequadamente preparado e treinado. A escolha do profissional ou daqueles profissionais que vão orientar, preparar, sofisticar e acompanhar o desenvolvimento psicofísico do atleta é tão importante quanto às oportunidades de competir e apoio familiar, para citar apenas dois fatores.
Por vezes o (a) jovem se destaca com ótimos resultados no meio ambiente em que este se relaciona, é o caso típico do (a) atleta que compete em sua cidade e regionalmente. Isso não basta, é preciso colocá-lo (a) em prova com os outros esportistas de outras regiões do país (ou de outros países), que certamente terão características psicofísicas semelhantes.